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Cada gestação é única. A atriz Fernanda Machado, mãe de Lucca, 4, e a espera de Leo, é a prova disso. Na Live que o Mãe a0s 40 fez com a atriz na última quinta-feira (09), ela relembrou que a gravidez de Lucca foi super tranquila. Já nessa, a atriz vivenciou diversos desafios: a descoberta da placenta prévia, ter sido acometida da Influenza e todas as mudanças que o isolamento social por conta do Coronavírus. Confira abaixo alguns trechos dessa conversa:

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Ser mãe aos 39 anos

“Tive uma pressão interna mesmo, por saber que não tenho mais 20 anos e engravidar poderia não ser tão fácil assim. Eu até queria que tivesse acontecido antes, mas perdemos minha sogra no ano retrasado e não havia clima. Na minha ultima conversa com ela, inclusive, contei que ia parar de tomar pílula. Um ano depois, parei com a pílula e engravidei super rápido. Só que perdi o bebê.”

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Desafios da segunda gestação

“No início da gestação, descobri a placenta prévia. Fiz repouso absoluto da 20ª a 24ª semana e, graças a Deus, a placenta subiu um pouco. Continuei sem fazer muito esforço, mas já sai do repouso absoluto. Depois, fiquei com Influenza e foi bem intensa. Eu não queria ir para o hospital de jeito nenhum porque já sabia do Coronavírus, ma no terceiro dia eu comecei a ter febre muito alta, eu batia o queixo. E aí não teve jeito. Fui para o hospital e só melhorei depois de bem medicada. Mas já tomava remédio rezando, porque na gravidez tudo é mais arriscado. Então, tem gente que está me achando muito exagerada com a higiene e o isolamento por conta do Coronavírus, mas meu corpo já passou por tanta coisa com esse bebê aqui, e vi que meu corpo teve dificuldade de combater o Influenza, então tudo isso aumenta os meus motivos para o isolamento total. Lá em casa quem está dentro não sai e quem está fora não entra. Nunca imaginei que eu fosse lavar saco de pão e banana com água e sabão! Uma loucura!”

“Acabei de descobrir um diabetes gestacional. Fiquei muito surpresa porque nem estou comendo doce. Minha dieta é de pouco carboidrato… Agora até a fruta eu vou precisar cortar. E não posso me exercitar porque estou de repouso por conta da placenta prévia. Por tudo isso, cada semana que passa que a gestação avança é uma vitória.”

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Coronavírus: cuidados dobrados

“Na Califórnia e especialmente onde eu moro, em Santa Bárbara, que fica a 2 horas de Los Angeles, os números não estão muito altos. Temos 30 infectados aqui, totalizando 200 na região toda. Dá medo, claro, mas nem se compara com Nova York. Eu tenho acompanhado muito todas as evoluções das notícias para saber o posicionamento dos Estados Unidos em relação às grávidas. Eles não colocaram as grávidas no grupo de risco, assim como a OMS não colocou. Mas eu me coloquei e a minha médica também. Porque sei que são duas vidas num só corpo e sei que meu corpo está tralhando mais. A imunidade fica reduzida. Então, tudo isso é mais que suficiente para eu tomar o máximo de cuidado. Principalmente porque não temos tanta informação sobre esse vírus novo.”

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Consultas e rotina de exames pré-natais

“Desde que eu soube do Covid-19, decidi que não sairia mais de casa. Claro que se a minha médica dissesse que teria algum problema, eu teria que ir até ela. Mas até para fazer o exame da glicose, que tem 45 horas de duração, consegui fazer de casa. Botei uma mesinha lá no quintal e a enfermeira veio fazer o exame. Tanto ela quanto eu tomamos todos os cuidados com higiene. E outro ponto que vale contar é que aqui nos Estados Unidos eles não tantos ultrassons quanto no Brasil. Temos um no início da gravidez e outro no fim. Mas como tenho placenta prévia, eu precisava fazer mais. Porém agora, com essa pandemia, eu só vou fazer o ultra pra ver se a placenta subiu daqui a um mês, com 34 semanas. E essa vai ser minha única saída de casa antes do parto. Já até comprei um aparelho de pressão, um doppler e me pesei da balança de casa, enquanto fazia a consulta com minha médica pelo Zoom. Só vou encontrá-la pessoalmente mesmo na hora do parto.”

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O parto e o acompanhante

“A princípio, o plano era ter mais um parto normal, em hospital, com doula e tudo mais. Só que agora com essa mudança por conta da pandemia, não poderei levar mais que um acompanhante no hospital. Então, a doula não vai mais, apenas meu marido irá me acompanhar. A doula irá me orientar via celular, talvez chamada de vídeo. Também tive que abrir mão da Já conversei com a minha doula, que está me acompanhando de longe pelo telefone, e ela vai tentar me atender à distância por telefone mesmo.”

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“Outro plano que terei que abrir mão é de encapsular a placenta, como fiz no parto do Lucca. Encapsulei porque estudei um pouco antes com minha doula e entendi que quando temos o bebê os hormônios do parto ainda ficam bem concentrados na placenta. A minha doula tem licença para fazer isso e teve a licença do hospital para levar a placenta, super saudável, para a minha casa. Ela colocou num recipiente térmico com gelo e foi para casa com a minha mãe, que acompanhou todo o processo. Basicamente, a doula cozinhou, triturou e chegou ao pó da placenta, que eu tomava em cápsula. Achei que me ajudou muito na questão hormonal. Mas ressalto que isso não é brincadeira, tem que ser feito por uma pessoa com licença. A minha doula, que também é parteira, é muito experiente, qualificada e faz isso há 40 anos, então isso também faz diferença.”

“Só que dessa vez, o hospital não está permitindo levarmos a placenta porque a doula não estará lá comigo, e ela que teria que pegar a placenta. O meu marido até poderia levar até ela, mas uma vez que ele der entrada no hospital, se sair, ele não poderá voltar. Outro ponto é que meu pais também não estarão aqui… Aliás, não sei nem com quem vou deixar o Lucca enquanto eu estiver no hospital. Ele não pode entrar no hospital e não tenho ninguém aqui da minha família. Mas, pelo menos, ainda podemos ter um acompanhante, que é um direito. Ainda assim, os hospitais estão testando todo mundo que entra para ver se a pessoa está ou não com o Covi-19.”

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Acalmar a mente

“Além de todas a essas preocupações, tem também os hormônios. Tem dias que fico muito mais emotiva. Tenho tentado focar em pensar no agora e não no que vai acontecer daqui dois meses. Voltei também a ler dois livros que me ajudaram muito quando minha sogra faleceu, que são de budismo e meditação. Tem dia que consigo meditar, tem dia que não consigo focar. Mas consegui conversar com minha médica e ela me liberou para fazer um pouco de ioga pré-natal todo dia. Eu sinto que quanto mais eu consigo distrair minha cabeça, melhor é. Estou terminando projetos de decoração aqui em casa e já comecei o quartinho do bebê. Isso tem me ajudado muito. Estamos numa situação que nunca havíamos vivido, que mudou a vida de todo mundo e que não tem precedentes. Mas também acho que faz parte sentir um aperto no coração. Mas estou tentando também viver a gratidão. Eu não tenho controle da situação e da atitude das outras pessoas, então quero tentar pensar positivo e ter fé.”

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Mensagem para as mulheres que estão tentando engravidar

“A mensagem que quero deixar é que precisamos confiar na vida, que o que vier pra nós é o que tem que vir. É preciso ter fé que as coisas vão acontecer de uma forma boa. Fazemos tudo o que podemos, mas não temos controle de tudo. O que precisamos ter é aceitação do que vier. E se for pra vir um milagre, agradeça a cada segundo esse milagre, porque é muito valioso e extraordinário mesmo gerar uma vida. Essa é minha mensagem final para as mulheres que estão tentando ter um bebê nessa fase da vida”, concluiu Fernanda Machado