Recentemente circulou na internet um estudo, publicado no site “Estudos Nacionais”, realizado no Japão que levantou preocupações sobre riscos de infertilidade, que poderiam ser provocadas por vacinas de mRNA. Sobre tudo, as da Pfizer e Moderna. Essa informação foi verificada pelo projeto de jornalismo Comprova, e classificado como falso. Além disso, tira de contexto um dos levantamentos dirigidos pela farmacêutica sobre a segurança dos imunizantes.
Dessa forma, o conteúdo analisado publicou o link de um estudo com a inscrição “Pfizer confidencial” que foi feito em animais, e não em humanos. Sendo essa uma informação omitida pelo site Estudos Nacionais.
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Procurada pelo Comprova, a Pfizer afirmou que:
“Nenhuma evidência de achados macroscópicos ou microscópicos relacionados à vacina foi encontrada nos ovários, nos estudos de toxicidade de dose repetida e nenhum efeito sobre a fertilidade foi identificado nas fases pré-clínicas do desenvolvimento do produto, que foram avaliadas pelas diferentes agências regulatórias no mundo”.
As vacinas usadas no Brasil e no mundo, tem a segurança atestada por órgãos. Tais como, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Food and Drug Administration (FDA), Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a autoridade sanitária dos Estados Unidos.
A vacina não causa infertilidade em humanos
O texto publicado no site Estudos Nacionais afirma se basear numa pesquisa coordenada no Japão. Teria mostrado que nanopartículas lipídicas, com o código mRNA, foram encontradas no corpo do indivíduo vacinado. Ainda diz que, “assuta por incluir ovários e testículos, com capacidade para alterações reprodutivas”.
O estudo linkado foi realizado para avaliar o comportamento dos componentes da vacina em células do laboratório e em ratos e camundongos. Logo, não se refere a humanos imunizados.
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Agências aprovam a segurança das vacinas e descartam infertilidade
- A Anvisa afirma ao Comprova que não há qualquer indicador que as vacinas contra a Covid-19 autorizadas no Brasil apresentem risco à fertilidade.
- A Organização Pan-Americana da Saúde também declara que não existem vacinas licenciadas que causem infertilidade.
- A OMS diz que a vacina da Pfizer é segura, eficaz e recomendada para indivíduos maiores de 16 anos.
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As vacinas de mRNA são estudadas há anos, em diversos contextos, como, por exemplo, gripe, raiva e Zika vírus. Não são produzidas a partir do vírus vivo. Portanto, não interferem no funcionamento das células humanas.
O artigo completo está publicado na Folha de São Paulo, leia clicando aqui.