Não é segredo que colocar o bebê sobre o peito da mãe logo após seu nascimento favorece o vínculo entre mãe e filho. O calor transmitido no primeiro momento fora da barriga passa também conforto e segurança para o pequeno. Até mesmo a ciência reconhece esse benefício, tanto que desde maio do ano passado o Ministério da Saúde publicou uma portaria que determina que os bebês nascidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem ir direto para o colo da parturiente após o parto. Esse contato “pele a pele” também é assegurado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que determina ainda que o bebê seja amamentado na primeira hora de vida, antes mesmo de fazer os exames de rotina dos recém-nascidos, como: a pesagem o exame físico e a vacinação. E não é para menos: nesse contato físico a mãe passa para o bebê bactérias importantes para o fortalecimento do seu sistema imunológico, reduzindo as chances de infecções e alergias. Além disso, a mulher também sai ganhando, já que ao amamentar pela primeira vez o corpo libera ocitocina, conhecida como hormônio do amor. O resultado disso são contrações musculares que acontecem no útero, reduzindo a perda de sangue pela mulher. Sim, a natureza é muito sábia!
Da teoria para a vida real
O problema é que muitas vezes esses direitos assegurados só ficam no papel, inclusive se tratando dos hospitais privados. Por isso, quando vemos atitudes positivas em relação à humanização do parto, ficamos muito felizes. Essa semana foi divulgado nos principais sites de notícias a ação de 3 enfermeiras dos Estados Unidos, que se uniram por uma causa nobre: facilitar esse contato pele a pele nos partos cesarianos. Para isso, elas criaram um lençol cirúrgico, com uma abertura quadrada, que permite a passagem do recém-nascido para o colo da mãe sem interrupções. Feito isso, essa abertura é novamente fechada, com uma espécie de lacre, mantendo a esterilidade do ambiente cirúrgico.
Em entrevista ao Richmond Times Dispatch, as enfermeiras Kimberly Jarrelle, Jess Niccoli e Deborah Burbic contaram que nos partos normais esse contato pele a pele empoderava as mulheres, que passavam também por uma experiência inacreditável. “Então, por que não fazer isso acontecer na sala de operação”, disse uma delas.
A ideia virou uma empresa
50 protótipos depois, e o produto final ficou pronto. Deu tão certo que o trio se uniu e abriu a empresa Clever Medical, que passará a comercializá-los. Que mais ideias boas surjam e que os partos possam ser cada vez mais humanizados. Mas é sempre bom lembrar que algumas atitudes simples também têm um resultado maravilhoso e não custam nada, como colocar uma música suave na sala de parto no momento do nascimento, reduzir a luz no rostinho do bebê assim que ele vem ao mundo, coloca-lo junto à mãe antes de mais nada, e esperar um pouco mais para cortar o cordão umbilical. Aliás, você sabia que o bebê ganha cerca de 100 ml a mais de sangue pelo cordão umbilical se o médico esperar para corta-lo após o terceiro minuto de vida? Parece pouco, mas esse volume é considerável para um bebê, prevenindo anemia no primeiro ano de vida.
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