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“Eu tinha quatro anos de casada, quando, aos 35 anos, planejei junto com o meu marido, Armando, ter um filho. E assim foi: Gustavo, que hoje tem 19 anos, nasceu lindo, fruto de uma gravidez planejada. O tempo passou e quando eu estava prestes a completar 40 anos comecei a tentar um segundo filho. Eu tinha acabado de fazer uma cirurgia na coluna e meu médico disse que poderia engravidar novamente se desejasse. Parei de tomar a pílula, mas sabia que nessa idade as minhas chances de ficar grávida novamente eram bem pequenas. Mesmo assim, resolvemos arriscar.

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Pausa na pílula e…

Desde então, parei de usar métodos contraceptivos, meio que sem grandes pretensões, mas com esperanças. Se viesse um bebê ele seria muito bem-vindo! Só que oito anos se passaram desde aquele momento, até que num belo dia, minha menstruação atrasou e imaginei que estivesse entrando na menopausa. No fundo, eu tinha esperanças que pudesse estar grávida, tanto que rejeitei um chá de gengibre com canela que uma amiga havia feito. Além do atraso na menstruação, comecei a ter dores de estômago e cheguei a pensar que fosse uma doença. Para não restar dúvidas, meu marido resolveu comprar um teste de farmácia e para a nossa surpresa, adivinhem: DEU POSITIVO! Fiquei em choque. Não sabia se ria ou chorava. O meu medo maior era com o bebê, que poderia ter complicações devido à minha idade.

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Várias coisas passaram pela minha cabeça a partir da descoberta da gravidez, afinal, nunca imaginei que aos 48 anos iria gerar outra vida e começar tudo de novo! Mas recebi tanto carinho da minha família e dos amigos, que isso me fez ser ainda mais grata e os medos aos poucos foram embora. Curti muito a gravidez da Maria Luiza, que foi uma gestação completamente saudável. Fiz todo o pré-natal, tomei as vitaminas e suplementos, tudo como toda gestante faz.

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Gestação saudável

A mesma ginecologista que me acompanhou na gravidez do meu filho, acompanhou também na gravidez da Maria. Minha gravidez foi maravilhosa e a médica era só elogios. Engordei apenas cinco quilos, tive a pressão estável (7 por 11 a gravidez toda), não tive diabetes gestacional e nenhuma complicação. Uma coisa que me deixou muito segura foi que o medico que me atendeu no início da gestação disse que se eu tinha uma vida saudável, não bebia, nem fumava e estava grávida, era porque meu corpo estava pronto para aquilo. E ele me tranquilizou muito com aquelas palavras, porque eu ouvia muito dizer sobre os riscos de ter crianças com deficiência por conta da idade. Claro que precisei fazer algumas adaptações: eu tinha um filho adolescente e a nossa rotina mudou bastante.

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Menos pressão

Vejo que faz toda diferença não ficar tão focada na questão da gravidez. Claro que para quem sonha com isso, o pensamento na gravidez é muito frequente. Mas é importante saber que as coisas acontecem no momento certo. Se tiver que ser, será. Comigo foi assim e com tantas outras pessoas que conheço é assim também. Quando eu engravidei, eu estava com pensamentos em outras coisas… E foi realmente uma surpresa!

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O nascimento

Na gravidez do Gustavo, eu não tive dilatação e fiz uma cesárea. Na da Maria Luiza, por conta de eu ter passado anteriormente por uma cirurgia na coluna e também por opção minha, fizemos outra cesárea. Tudo correu muito bem e ela cresceu uma criança saudável, ligada no 220 volts, super agitada e esperta! Ela está com 5 aninhos, consome toda a nossa energia e nos estimula a nos atualizarmos sempre e a ser nossa melhor versão.

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Depoimento de Carla Uerlings, jornalista, 54 anos, de São Paulo.