gravidezQuem acompanha a minha história aqui no site sabe o quanto minha gestação está sendo tranquila, no sentido de não ter ido às pressas para o médico uma vez sequer. Aliás, já confessei aqui que às vezes até esquecia que estava grávida. Pois bem! Mas, como a vida é uma caixinha de surpresas, infelizmente minha saúde deu sinais de que não está tão bem quanto eu imaginava. E isso fez as esperanças por um parto normal irem por água abaixo. Explico: lá pelo sexto mês descobrimos que eu estava com um problema de plaquetas baixas (plaquetopenia ou trombocitopenia), o que precisaria ser melhorado caso eu continuasse a optar pelo parto normal. Porém, mesmo com medicamentos, as plaquetas não subiram.

Mas o que as plaquetas baixas têm a ver com a contraindicação para o parto normal?
Foi exatamente essa a pergunta que eu fiz para a hematologista. E a resposta é que quando há baixa quantidade de plaquetas no sangue, há um comprometimento da coagualação sanguínea, havendo risco de ter hemorragia durante o parto, o que pode evoluir para um quadro ainda mais grave. Para você ter ideia, uma pessoa saudável tem entre 150 a 450 mil plaquetas por microlitro de sangue. A contagem das minhas está bem abaixo do mínimo, variando entre 75 a 90 mil plaquetas por microlitro. Nada favorável.

A causa do problema
Fiz mais de 30 exames para descobrir o motivo do problema, entre eles, o de HIV e lúpus, que são fatores de risco para a plaquetopenia, já que reduzem a capacidade de produção de plaquetas. E o que descobri num ultrassom foi que estou com o baço aumentado. Resultado? Como ele está maior, há uma quantidade enorme de plaquetas acumuladas dentro dele, em vez de estarem circulando livremente pela corrente sanguínea. Associado a isso, até mesmo a gravidez é considerada um fator de risco para as plaquetas baixas.

Como vai ser daqui pra frente
Justamente por estar com a coagulação do sangue comprometida, há risco de eu ter hemorragia durante o parto, daí a indicação de tomar um medicamento coagulante 3 dias antes da data. E se tratando de um parto normal convencional, nunca se sabe a hora em que a criança quer vir ao mundo, logo não daria para fazer essa prevenção. Havia então duas possibilidades de parto: o normal induzido com medicamentos, como a ocitocina, e a cesárea. Minha médica recomendou a primeira opção. No entanto, como não será ela que fará o parto, conversei com a equipe médica plantonista e com a hematologista responsável pelo pedido dos exames, que foram unânimes em recomendar a cesárea. Segundo os especialistas, numa cesárea há maior possibilidade de assumir o controle, caso algo fuja do normal, como uma hemorragia interna, por exemplo. Ressalto aqui, porém, que sei que para muitos médicos a plaquetopenia não é indicação de cesárea. A minha médica, inclusive, não considera a necessidade e já me alertou sobre isso. Estou munida de informações, que levei para o médico responsável pela maternidade em que farei o parto, e com o qual tive uma conversa consciente. Porém, não tenho como ir contra uma equipe médica plantonista. E me resta ficar confiante de que tudo dará certo.

Diante da realidade, estou me preparando psicologicamente para encarar a cirurgia, mas confesso que jamais optaria por ela, caso o poder de decisão estivesse apenas nas minhas mãos e eu estivesse mais saudável.  Sempre quis saber como é parir um bebê por vias naturais. Quem sabe numa próxima né?!

oitavo mês gravidez