Na última sexta-feira (25), aconteceu uma Mesa Redonda sobre as Mudanças do Conselho Federal de Medicina (CFM) na Reprodução Assistida, organizada por Aline Dini, idealizadora do Mãe aos 40. O evento contou com a presença do Dr º Paulo Gallo, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, Drª Letícia Piccolo, ginecologista especialista em reprodução assistida, a embriologista e consultora de fertilidade, Michello Montaño e a Daiana Gomes, co-fundadora do FIV Depressão.
No dia 15 de junho o CFM publicou um conjuntos de mudanças ética para a reprodução assistida, como:
- Alteração da idade para doar óvulos: aumentou para 37 anos;
- A doadora não precisa mais ser anônima, podendo ter até 4º grau de parentesco;
- Proibição de ser divulgado o sexo do embrião no laudo da análise genética;
- Redução do número de embriões gerados em laboratório em até 8.
“Com relação a transferência de embrião, não houve prejuízo nenhum. Muito pelo contrário, nenhum clínica de boa qualidade hoje, transfere mais do que dois embriões em nenhuma idade. A resolução, ela dava um limite: até 35 anos no máximo dois embriões, de 36 a 40 anos, no máximo três embriões”, iniciou o Drº Paulo Gallo, que também é diretor da Vida Centro de Fertilidade, respondendo uma pergunta de Aline: se a redução de embriões transferidos prejudicava as chances de gestação de uma mulher.
Ele ainda explica que a taxa de gravidez é a mesma, se transferir mais de dois embriões, no entanto, há aumento da chance de gêmeos, trigêmeos ou quadrigêmeos que podem evoluir para um parto prematuro, com sequelas e, muitas vezes, perda gestacional.
“O grande problema que está impactando nessa resolução é aquele item que fala que não poderá gerar mais que oito embriões. Primeiro que essa parte da resolução está muito mal escrita, por que o que significa gerar oito embriões? Numa mulher jovem, a cada 10 óvulos, cinco não funcionam, têm defeito genético. Numa mulher de 40 anos, a cada 10 óvulos, oito não vão gerar embriões”, continua o médico.
Essa parte da resolução acaba equiparando todas as mulheres, tanto a de 30 anos, quanto a de 40, uma vez que o fator idade também impacta no tratamento.
A embriologista levantou uma questão importante para as tentantes sobre essa parte do documento “gerar até 8 embriões”, que o processo vai ficar ainda mais caro para o público alvo, ou seja, mulheres que enfrentam dificuldade para engravidar. Michelli Montaño concorda com a Drªa Letícia sobre a escrita da resolução, por parecer ser escrito por mais de uma pessoa, com preocupações opostas, como o descarte e a “geração de embriões”.
Daiana Gomes, de 35 anos, é uma tentante e apresenta a sua visão, como público alvo dessas mudanças. Junto com a Camila Fressati, à frente do perfil no Instagram @fivdepressao estão com uma petição aberta para levar ao CFM, mostrando o descontentamento das tentantes sobre alguns pontos, como o descarte. Para assinar essa petição, basta clicar aqui.
Foram tratados diversos assuntos sobre reprodução assistida, esclarecendo dúvidas e descomplicando as técnicas de reprodução assistida, como a FIV, ovodoação e barriga solidária.