Foto: @lifesaspectrum

Circula pelas redes sociais a imagem de um bebê no colo de sua mãe e com o cordão umbilical ainda preso ao corpo de outra mulher. O pequeno Luca nasceu na última quarta-feira (22) por meio de barriga solidária de uma amiga dos seus pais, que durante os dois últimos anos tentaram engravidar. Tanto o parto, quanto toda a trajetória da grávida foram documentados pelas lentes da fotógrafa de família Heather Gallagher, de Austin, Texas (EUA).

+ “Graças à barriga solidária da minha filha, me tornei mãe novamente, aos 44 anos”

Nas redes sociais, a fotógrafa contou que foi emocionante estar com aquela família reunida pela primeira vez após semanas (devido ao período de isolamento por conta do Covid-19): “Fiquei quieta aqui por um tempo, preparando-me mental, física e emocionalmente para documentar esse nascimento incrível durante esse período sem precedentes. Foi incrivelmente emocionante estar perto de outras pessoas pela primeira vez em semanas (todas com máscaras e totalmente higienizadas) e para uma ocasião tão monumental. Durante toda essa tragédia que é o COVID-19, eu me mantive emocionalmente sabendo que #avidacontinua, mas para testemunhá-la emergindo em tempo real, em meio a uma dor no coração em todo o mundo – eu mudei para sempre. Agora, mais do que nunca, sou inspirada pelo poder da humanidade e pela perseverança do amor”, escreveu.

+ Depois de congelar óvulos, fazer cirurgia, 3 inseminações e 4 FIV´s me tornei mãe, diz Janine Borba

Mirelle, a mãe de Luca (Foto: Reprodução Instagram/@lifesaspectrum)

A mãe do bebê, a nutricionista holística Mirelle Leguia, disse nas redes sociais que sentia-se abraçada por ter uma equipe de mulheres adoráveis a assessorando: “Começando com nossa maravilhosa barriga solidária, nossa incrível parteira, a consultora de lactação e a premiada fotógrafa e doula. Não poderíamos ter feito isso sem você. Obrigada universo”, disse.

+ “Como tantas mulheres, tive medo do meu tempo acabar”, diz Alessandra Colasanti sobre gravidez aos 45

Foto: @lifesaspectrum

Indução à lactação: a mulher passa a ter leite mesmo sem ter ficado grávida

Foi essa a técnica que a mãe de Luca, Mirelle Leguia, fez. Na prática, a mulher que vai amamentar – e que não gerou o bebê – passa a fazer uso, meses antes do nascimento do bebê, de hormônios bem semelhantes aos que a mulher produz quando fica grávida, caso da progesterona e do estrogênio, seguido pela prolactina. Associado a isso, as mamas são estimuladas com uma bomba de tirar leite, simulando a pega do bebê. Mirelle comemorou ter realizado com sucesso esse processo e mostrou a quantidade de leite que havia tirado antes mesmo no nascimento de Luca: “Este é todo o leite que produzi em 7 semanas de bombeamento com meu protocolo de lactação induzido. Tem sido uma jornada e tanto, mas atualmente estou produzindo a minha meta! Baby Luca, estamos prontos para você!”, diz.

+ Mulher de 68 anos engravida de gêmeos e bate recorde de “mãe mais velha” do mundo

Foto: Reprodução Instagram

Barriga solidária no Brasil: como funciona?

O médico parteiro e sócio-fundador do Espaço Mãe, Paulo Noronha, fez um post esclarecendo os casos aprovados para a realização de barriga solidária no Brasil:

  • A doadora solidária deve ser da família de um dos parceiros, até um quarto grau de parentesco (mãe, irmã, avó, prima) e não pode ter fins lucrativos;
  • Os casos em que a doadora não for parente devem ser discutidos nos conselhos (CRM)⁣;
  • Sêmen, óvulo e embrião também podem ser doados mas de forma anônima e sem cobranças⁣;
  • É possível importar de bancos internacionais: tanto sêmen quanto óvulo. A ANVISA tem uma regulamentação sobre isto.”⁣

+ Qual o limite de idade para FIV com os próprios óvulos

Foto: Reprodução Instagram/@lifesaspectrum