Enquanto há mulheres que tentam engravidar aos 40 anos e precisam recorrer à fertilização ou aos tratamentos médicos para realizar esse sonho, Adriana Bernardino, 43, simplesmente já havia decidido que não queria mais um filho. Mãe de Ana Beatriz, hoje com 15 anos, ela não esperava, no entanto, que a menina fosse querer tanto ter um irmãozinho. “Quando tive a minha filha, minha vida era uma correria só. Eu passava muitas horas fora de casa, trabalhando, e minha mãe era quem cuidava dela. Mas minha mãe faleceu e eu decidi que dedicaria todo o meu esforço a cuidar apenas da minha filha, em vez de ter outro filho”, conta.
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Ana Beatriz escrevia cartas e fazia desenhos pedindo um irmão
Os anos passaram e cada vez que crescia mais, aumentava também o desejo de Bia (como é carinhosamente chamada) por um irmão. A vontade era tanta que, com apenas 9 anos, a menina escrevia cartinhas pedindo um irmão, e até desenhava mais um membro na família. “Juntamente com as cartas, o que mais me tocou foi quando ela me disse: “Quando você vai me dar um irmão? Você só está pensando em você. Eu quero ter um irmão para poder passar o Natal juntos. E quando você partir, eu vou ficar sozinha.”Aquilo me deu um choque. Foi um baque! E eu repensei a minha escolha”, conta.
Depois de mais de 10 anos usando o anticoncepcional, Adriana parou a prevenção e, em 6 meses, engravidou. “A partir daquele momento, mergulhei nesse sonho juntamente com minha filha e foi a melhor coisa que eu fiz”, diz.
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Abaixo, uma das cartinhas que Bia escreveu pedindo um irmão:
“Tema: Um irmão ou uma irmã
Bom, hoje o tema é irmão ou irmã. Só quero falar e esclarecer que um irmão (a) seria muito bom para mim. Porque fico pensando dia a noite que ser filha única não é muito bom, pois não vou ter um irmão para me ajudar em momentos difíceis, e também penso porque reclamam de ter irmão, muitas pedem como eu e muitas reclamando. E espero que “com migo” seja diferente e que ame o meu irmão. E peço a Deus que ele me dê um irmão (a), e que os problemas que minha mãe tem não justifica e nem impede dela me dar um irmão (a), e peço que nós fossemos para nossa casa para que a nossa família seja feliz e completa.”
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E cartas em agradecimento pela mãe ter atendido seu sonho
Adriana tinha acabado de completar 40 anos quando, para alegria da família, veio o positivo! “Tive uma gravidez muito saudável, me senti linda, renovada, poderosa e plena. Foi realmente um renovo para a nossa vida e a nossa casa.” Bia ficou muito emocionada ao descobrir que a mãe, finalmente, daria a ela o tão sonhado irmão!
Em uma das cartas de agradecimento, Bia escreveu:
“Quero falar do do dia mais especial do mundo, dia 19 de outubro de 2016. Um dia que será inesquecível, um dia maravilhoso, queria muito que a avó estivesse aqui, porém, não foram os planos de Deus. Mas esse bebê vai trazer muita alegria. Não consigo parar de pensar no seu rostinho, seu quarto, seus olhinhos brilhando. Quero que esses 9 meses sejam somente de alegria, e que esse bebê nasça com saúde e paz. Que seja uma benção em nossas vidas, trazendo tudo de bom. Que a senhora tenha uma gravidez saudável, e que a senhora possa ser (de novo) uma ótima mãe, como foi pra mim. Que Deus nos dê sabedoria para instruir ele ou ela no caminho certo. Mãe eu te amo.”
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A menina participou ativamente das decisões da mãe sobre o enxoval, ajudou a montar o quarto do bebê e é muito apegada ao menino, Samuel, que agora está com 2 anos e 6 meses.
Meu filho nasceu no dia do aniversário da minha mãe, que já não estava mais conosco
Adriana conta, com voz de emoção, que apesar de não ter coragem para engravidar de novo, sua mãe falava que ela ainda teria um filho e que dessa vez seria um menino. Era como uma promessa. E aconteceu. “Samuel não só veio, como nasceu no dia do aniversário dela. Foi um presente em dobro! Ele veio para trazer ainda mais cor, alegria e luz para a nossa família. Hoje sou muito grata a insistência da minha filha. Não fosse ela, eu não teria passado por essa dádiva de engravidar novamente. Somos todos muito apaixonados um pelo outro. E ouvir da Bia que o Samuel foi o melhor presente que eu pude dar a ela, não tem preço.”
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O caçula é a alegria da casa e hoje Adriana diz que tem muito mais eu vejo o quanto é diferente ser mãe novamente aos 40 anos. Tenho muito mais maturidade e curtimos muito o Samuel. Ele veio para dar ainda mais cor e alegria à nossa casa.
Depoimento de Adriana da Fonseca Bernardino, 43 anos, manicure, de São Paulo.