Cecile Eledge, 61 anos, mora no Nebrasca e praticou um grande ato de altruísmo: se ofereceu como barriga solidária para seu filho, Matthew Eledge e do marido dele, Elliot Dougherty. Na primeira semana de dezembro, Cecile deu à luz a neta, Uma Louise, realizando o sonho do casal de se tornarem pais.
À BBC, Cecile contou que Matthew e Elliot estavam buscando opções para terem um bebê e ela deu a sugestão. Na época, ela estava com 59 anos e todos riram. Por um tempo, a ideia foi apenas uma brincadeira entra a família, porém a sugestão acabou de tornando uma realidade.
“Sou muito cuidadosa com minha saúde. Não havia nenhuma razão para duvidar de que eu poderia carregar o bebê”, contou à BBC. Como parte do processo, Cecile passou por uma série de testes e exames, que deram “luz verde”. Ou seja: estava tudo certo para que a família prosseguisse com a ideia.
Para a realização da FIV, além de coletar esperma de Matthew, o processo contou com a participação de mais um membro da família: a irmã de Elliot, Lea Dougherty, que foi a doadora dos óvulos.
Cecile contou que a gravidez foi tranquila, apesar dos “sintomas regulares” terem aumentado um pouco em comparação com suas três gestações anteriores.
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Momento do teste
A ansiedade em saber se o procedimento havia dado certo era grande, por isso eles optaram por realizar testes de farmácia que, em primeiro momento, deram negativo. Cecile ficou arrasada com o resultado e precisou ser consolada pelo marido, que reparou algo que eles não haviam visto: uma segunda linha no teste, confirmando a gravidez.
A família ainda brincou que a visão de Cecile é fraca, ou seja, ela não viu a segunda lista. “Ela não consegue enxergar bem, mas com certeza será capaz de dar à luz”, brincou o marido.
Uma semana após o nascimento da pequena Uma, a família anunciou que avó e neta passam bem. “Essa garotinha está cercada por muito apoio. Ela vai crescer em uma família cheia de amor e é assim que deve ser”, finaliza a avó.
Entenda como funciona a barriga solidária no Brasil
O médico parteiro e sócio fundador do Espaço Mãe, Paulo Noronha, fez um post esclarecendo os casos aprovados para a realização de barriga solidária no Brasil:
- A doadora solidária deve ser da família de um dos parceiros, até um quarto grau de parentesco (mãe, irmã, avó, prima) e não pode ter fins lucrativos;
- Os casos em que a doadora não for parente devem ser discutidos nos conselhos (CRM);
- Sêmen, óvulo e embrião também podem ser doados, mas de forma anônima e sem cobranças;
- É possível importar de bancos internacionais: tanto sêmen quanto óvulo. A ANVISA tem uma regulamentação sobre isto.”
Fonte: BBC News Brasil