Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

Quem dorme bem tem mais chances de engravidar. É isso mesmo que você leu. E a explicação é que ao dormir, acontece em nosso corpo a liberação do hormônio chamado melatonina, que por sua vez, tem uma potente ação antioxidante. Ou seja: ele atua como um protetor das células saudáveis do organismo contra a ação oxidante dos radicais livres. “Na prática, nessa questão da fertilidade, o sono ajuda a diminuir o estresse oxidativo nos ovários, inibindo a degeneração ou involução dos folículos do ovário, protegendo-o e ajudando também em seu desenvolvimento”, explica a nutricionista funcional Jeisiane Giacomossi, especialista em fertilidade.

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Produção dos hormônios femininos

A especialista conta que a ação da melatonina a favor da fertilidade não para por aí. Ela também atua na produção dos hormônios sexuais femininos, que por sua vez, precisam ser produzidos em níveis adequados e atuar em sinergia para que a gestação aconteça. “A melatonina age nas células da téca e da granulosa, que são camadas celulares dos óvulos, e colabora para o aumento da expressão de receptores do hormônio LH e FSH e da atividade da aromatase, uma enzima que converte androgênios em estradiol e atua ainda na produção de progesterona, favorecendo a ovulação e possível gravidez”, diz.

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Distúrbios do sono reduzem a capacidade reprodutiva

Já existem muitos estudos científicos publicados relacionando os distúrbios de sono com a diminuição da capacidade reprodutiva. A maioria deles é feito com mulheres que trabalham por turno. Ou seja: trocam o dia pela noite, alterando o ciclo circadiano e causando disfunções na melatonina e na fertilidade. “Nestas mulheres é observado irregularidades menstruais, dismenorreia, aumento do risco para desenvolvimento da endometriose, aumento do tempo e taxas reduzidas de concepção, aumento de abortos espontâneos e ainda, os filhos destas mulheres podem nascer antes da hora e com baixo peso”, diz Jeisiane.

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Agora que você já sabe a importância do sono para uma gravidez bem sucedida, vale repensar se a sua rotina está regular e saudável ou se não é hora de fazer algumas mudanças que favoreçam o tão sonhado positivo. Existem várias estratégias nutricionais para melhorar a produção de melatonina. “Ela é formada a partir da serotonina, então precisamos de aminoácidos que sejam fontes de triptofano, que é um precursor da serotonina, que será transformada em melatonina. Só para citar alguns exemplos, temos: grão de bico, banana, kiwi, amêndoas e ômega 3. Mas no caso do ômega 3, que é encontrado nos peixes ou em suplementos, é preciso certificar que o suplemento tem um certificado, que é o selo IFOS. Se tiver o selo, significa que o ômega 3 foi analisado e não está contaminado por metais pesados. E por que esse cuidado todo? porque os metais pesados atuam como disruptores endócrinos que prejudicam a fertilidade”, conclui a especialista.

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