Hoje o Ministério da Saúde informou que os casos suspeitos de microcefalia já são 739 em todo o país, sendo 487 em Pernambuco, o que fez com que o governo decretasse Estado de Emergência Sanitária. A principal causa para o problema seria o Zika Vírus, transmitido pelo Aedes aegypt, mesmo mosquito causador da Dengue e da febre Chikungunya.
Apesar da infecção pelo Zika vírus não mostrar sintomas em 80% dos casos, nos outros 20% é percebido sinais, como febre, manchas vermelhas pelo corpo com coceiras e dor nas articulações, que costumam desaparece espontaneamente entre três e sete dias. “Já foi observada também, recentemente, uma possível correlação entre a infecção pelo Zika vírus e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré, quadro neurológico caracterizado por perda de força em membros inferiores, em locais com circulação simultânea do vírus da dengue”, explica Dr. Francisco Ivanildo de Oliveira, infectologista do Hospital Infantil Sabará.
A microcefalia
O pediatra José Luiz Setúbal, do Hospital Infantil Sabará, explica que a micerocefalia pode ser detectada no nascimento do bebê ou em um check-up do recém nascido, sendo que o sinal mais evidente é a cabeça significativamente menor do que de outras crianças da mesma idade e sexo. Muitas vezes, essas crianças têm problemas de desenvolvimento. Mas isso não é regra, já que existem crianças com microcefalia que têm inteligência e desenvolvimento normal. Tudo vai depender da causa e da gravidade do problema, sendo que em casos mais graves há atrasos de desenvolvimento neuromotor, dificuldades de coordenação e equilíbrio, nanismo ou baixa estatura, distorções faciais, hiperatividade ou retardo mental.
O médico diz que apesar de não existir um tratamento para microcefalia, é possível fazer terapias de suporte tais como fonoterapia e terapia ocupacional, podendo ajudar a melhorar o desenvolvimento da criança e melhorar a qualidade de vida.
As causas vão além do Zika Virus
Apesar da microcefalia ter ficado mais conhecida devido aos casos relacionados ao Zika virús, ela é causada por diversos fatores, entre eles a desnutrição da mãe e o abuso de drogas, e infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus. A craniosinostose, que é a fusão prematura das articulações entre as placas ósseas que formam o crânio de uma criança, também impedem o cérebro de crescer. Anormalidades cromossômicas, como Síndrome de Down, complicações da gravidez ou no momento do parto também podem ser a causa, prejudicando o fornecimento de oxigênio para o cérebro do bebê.
Atenção redobrada
As gestantes devem ter muito cuidado com os mosquitos, reforçando as telas nas janelas e portas, aplicando repelentes (liberados pelo médico) e, se possível, vestindo roupas mais compridas. Vale também checar se no quintal ou até mesmo dentro de casa não há vestígios de água parada, que é a principal forma de multiplicação do mosquito transmissor.