Um estudo, publicado na Human Reproduction, uma das principais publicações acadêmicas sobre reprodução humana, associa o consumo de álcool à menores chances de gestação. Conforme a análise, até a ingestão moderada tem potencial de reduzir as chances da mulher de engravidar. 

Esse foi o primeiro estudo a investigar o impacto do álcool nas diferentes fases do ciclo menstrual. 

O estudo, divulgado esse mês no periódico científico e também no Science Daily, foi liderado pela epidemiologista Kira Taylor, professora da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos. Os pesquisadores analisaram dados de 413 mulheres, de 19 a 41 anos, recrutadas entre 1990 e 1994, acompanhando-as em até 19 ciclos menstruais. Elas relataram em diários as quantidades e a categoria de álcool que consumiam, e coletavam amostras de urina no primeiro e segundo dia de cada ciclo para verificar se estavam grávidas.

consumo de álcool
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De acordo com Taylor, houve um impacto significativo entre as mulheres que não bebem e as que ingerem bebidas alcoólicas moderadas ou excessivamente. 

O consumo de álcool pode diminuir as chances de engravidar?

  • Beber durante a fase lútea, nas duas últimas semanas antes que o sangramento começasse, apresentou redução em 44%
  • Beber muito durante o período ovulatório foi associado à diminuição de 61% de chances de gravidez
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No entanto, as estimativas devem ser tratadas com cautela, afinal se trata da observação de uma parcela de mulheres, durante um tempo específico. Kate Taylor disse:

“Nosso estudo incluiu apenas algumas centenas de mulheres e, embora acreditemos que os resultados sugiram fortemente que a ingestão excessiva e até moderada de álcool afeta a capacidade de engravidar, as porcentagens e números exatos devem ser vistos como estimativas aproximadas.”

Como o estudo definiu o consumo de álcool?

  • Consumo excessivo: mais de seis bebidas alcoólicas por semana ou mais de quatro doses por dia
  • Consumo moderado: três a seis bebidas por semana
consumo de álcool
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A publicação na Human Reproduction, ressalta que o estudo não mostra que o consumo de álcool causa redução nas chances de gestação, mas que está associado. Portanto, deve haver outra explicação biológica para o impacto negativo do álcool no período fértil.

Kira Taylor explica à revista que os resultados do estudo não devem ser interpretados como significando que o consumo de álcool evita a gravidez. “Em outras palavras, o álcool não é o controle da natalidade. Mesmo se uma mulher beber muito álcool, se ela tiver relações sexuais desprotegidas, ela pode engravidar.”