Deixar a maternidade pra mais tarde está se tornando uma realidade cada vez mais frequente. Pudera, afinal, ao contrário de nossas mães e avós, que eram quase destinadas a casar cedo e ter filhos (salvo raras exceções), nós mulheres estamos alcançando cada vez mais o nosso lugar ao sol, ou melhor: na carreira e nos estudos. Não estou, no entanto, afirmando que já nos equiparamos aos homens no sentido profissional. Pelo contrário. Ainda estamos muito longe de alcançar a equidade de gêneros. Mas o fato é que estamos caminhando e conquistando os nossos objetivos, pouco a pouco.
Também não estou dizendo que não é possível conciliar carreira e maternidade. Tem muitas mulheres aí para provar que dá sim para ter os dois, ser ótima mãe e profissional dedicada. Mas também é fato que, se quisermos nos jogar de cabeça numa pós-graduação, concorrer àquela vaga de chefe ou viajar o mundo, adiar a maternidade pode sim ser uma boa escolha. Até porque ser mãe exige dedicação e especialmente nos primeiros meses acabamos nos anulando um pouco da vida de “mulher profissional/estudiosa” para nos dedicarmos à mulher/mãe.
E se por um lado o nosso relógio biológico fica nos alertando a todo momento que após os 35 anos engravidar vai ficando mais difícil e complicado, por outro temos os avanços na medicina para dizer que dá sim para ser mãe aos 40, 42… Daí a explicação para as clínicas de reprodução assistida estarem cada vez mais cheias. Além da fertilização in vitro, é possível fazer o congelamento de óvulos e tantas outras técnicas. E assim, há sempre uma luz no fim do túnel, uma carta na manga para quem deseja, um dia, ser mãe.
Aumenta o número de mães entre 30 e 39 anos
Foi o que mostrou a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2015, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para se ter uma ideia, em 2005, quase 31% das brasileiras tiveram filhos entre os 20 e 24 anos. Dez anos mais tarde, em 2015, esse percentual caiu para pouco mais de 25%. Enquanto isso, o número de mães que engravidaram na faixa dos 30 aos 39 anos saltou de 22,5% (2005) para quase 31% (2015).
Os benefícios da maternidade tardia
As mamães maduras geralmente sabem dos riscos em ter filhos tardiamente. Mas é preciso também ressaltar que nem só de pontos negativos se faz essa relação maternidade-maturidade. Conversando com muitas dessas mães, que conheci através do blog, ficou evidente em seus depoimentos que na casa dos 40 anos elas estão com a área emocional e profissional muito bem definidas, o que traz benefícios para o bebê. Elas se sentem mais seguras e confiantes, inclusive porque sabem que planejaram aquele momento para dar toda a dedicação que um bebezinho merece.
E se na prática ser uma mãe quarentona tem seu lado positivo, na teoria também: um estudo publicado recentemente, realizado pela Universidade da Califórnia em São Diego, nos Estados Unidos, mostrou que as mulheres que se tornam mães na maturidade têm mais tempo de vida. Das 28 mil mulheres analisadas, metade viveu até os 90 anos, sendo que nesta turma estavam as que haviam tido filhos mais tarde. Uma das explicações, segundo um dos autores do estudo, é que as mulheres que sobreviveram à gestação em idade mais avançada poderiam justamente ter a saúde em melhores condições. Daí, a longevidade seria apenas uma consequência disso.
Seja qual for a sua escolha, ter um filho jovem ou mais madura deve ser algo acertado dentro de você, de acordo com a sua vontade e momento de vida. Pense nisso e não se importe com as cobranças sociais, afinal, a vida é sua, o filho é (ou será) seu!