Entre tantos blogs de maternidade que acompanho, alguns me chama muito a atenção pela verdade que as blogueiras mães transmitem. Já outros me fazem refletir sobre a responsabilidade que temos como influenciadoras nessa internet de meu Deus. Confesso que às vezes me sinto um peixe fora d´água ao ver tantos conselhos e “ensinamentos” que em nada me ajudam. Pelo contrário! Mostram uma realidade para poucas, pouquíssimas mães, diga-se de passagem. Por isso, achei muito interesse um texto que encontrei no blog Céu de Borboletas, da Mislene Rocha. Entrei em contato com ela e pedi para publicar o texto aqui, a fim de alcançar o maior número de mães e incentivá-las a valorizar o seu jeito de ser mãe. Vale a leitura:
Sentada em uma mesa com outras mulheres, em um destes eventos do BLOG , estou escutando um grupo de mães discutindo sobre alimentação. E aí escuto a seguinte frase: que mãe que dá suco de caixinha para o filho não é uma boa mãe! Arregalei meus olhos demonstrando minha indignação para o tamanho absurdo que acabara de escutar mas declinei sobre a possibilidade de manifestar minha opinião. Percebi que seria uma perda de tempo porque das 8 pessoas sentadas naquela mesa, 7 compartilhavam da mesma opinião. Então resolvi apenas me levantar e sair à francesa . Não adiantava discutir algo assim com pessoas com aquela mentalidade. Se a definição de ser mãe se resumia a isso eu tinha que rever todos os meus conceitos acerca deste assunto .
Mas isso é só um exemplo é não estou aqui levantando bandeira que suco de caixinha é o melhor alimento para o filho. Mas o que quero dizer é que isso não define ninguém. E eu ando meio de saco cheio sobre essas definições sobre o que é ou não ser boa mãe. Sobre estas mulheres que adoram sentar para atacar o jeito de maternar de outras mães. Como alguém pode se achar no direito de definir alguém sabendo tão pouco sobre sua vida? A definição de ser mãe é algo tão amplo que mesmo nas inúmeras definições que encontramos na internet, nenhuma é conclusiva. Porque não há conclusão.
Ser mãe, como sabemos, não é só gerar um filho mas muito mais que isso. E este “muito mais” é infinito.
Não existe manual que te ensine a ser boa mãe. Porque o manual somos nós que criamos. Cada mãe constrói o seu manual que é o mais certo pra seguir conforme seu modo de vida. Temos que parar de ficar buscando tanta teoria e deixar o instinto nos guiar. Veja o exemplo de nossas mães que não tinham acesso a tanta informação como temos hoje e conseguiam criar seus filhos .
Hoje se a criança é muito agitada alguém já chega para a mãe e diz: melhor levar no psicólogo porque está criança precisa de acompanhamento psicológico, é uma criança hiperativa. Enfim, tá bem difícil maternar. Todo mundo palpita e o pior, os ouvidos permitem que estes palpites entrem fazendo um estrago enorme.
Mas sabe o que é pior nisso tudo? É que grande parte destas mães que adoram criar definições, apontar o dedo, bater no peito que são boas mães vivem de aparência. “Aparência de ser boa mãe”. No fundo, muitas delas nem sabem mais pegar seus filhos no colo, fazer um carinho.Vivem tanto na teoria que não tem tempo para a prática. Você percebe a distância que há entre a mãe e o filho nos gestos. Na falta de cumplicidade, no olhar da criança.
Então, não se deixe levar por teorias. Seja a melhor mãe que você pode ser para o seu filho, seja a mãe que você quer ser,
A maioria das vezes que erramos como mãe é porque estamos tentando acertar, e jamais para o mal do nosso filho, por isso, não se culpe nunca.
Não permita tantas influências ou que elas sobreponham aos seus instintos.
O instinto materno precisa voltar a fazer parte das nossas vidas.
Mislene Rocha é advogada por formação e mãe em tempo integral, editora de conteúdo no blog Céu de Borboletas.