No post anterior falei sobre o limite de idade para fazer a fertilização com os próprios óvulos, mas e quando é você quem quer doar os óvulos, como funciona? É sobre isso que vou falar hoje. Para começar, costumo dizer que a doação é uma demonstração de amor. A primeira aconteceu há quase 30 anos, mas muitas mulheres ainda têm dúvidas, por isso, separei nesse post os principais pontos.
1. A técnica de doação de óvulos é ética e legal Desde que não tenha fins comerciais e seja anônima, assim a doadora não saberá a identidade da receptora e vice-versa.
2. A doadora será estimulada para um ciclo de fertilização in vitro Com o uso de hormônios injetáveis para aumentar a produção de óvulos naquele mês. Após a coleta, quando o processo for realizado pela doação compartilhada, metade dos óvulos serão fertilizados com os espermatozoides do marido da doadora e a outra metade com os espermatozoides do marido da receptora.
3. A receptora terá seu útero preparado com hormônios antes de receber os embriões E eles terão que ser mantidos até o terceiro mês de gestação, quando a placenta passa a ser a responsável pela sua manutenção. Após o terceiro mês, a gestação evolui normalmente, sem a necessidade de hormônios.
4. Após 24 horas da fertilização dá para saber quantos embriões se formaram Eles permanecem no laboratório por dois a cinco dias e, após serem selecionados, serão colocados no útero por meio de um cateter (via vaginal). Não há necessidade de sedação.
5. O embrião transferido para o útero da receptora será formado pelo espermatozoide do próprio marido e o óvulo de uma doadora. A receptora recebe dois únicos hormônios (estrogênio e progesterona) para o preparo do endométrio a fim de receber os embriões, pois não existe indução de ovulação.
6. A taxa de sucesso de gravidez é a mesma da doadora A idade da doadora é por volta de 30 anos (em 50% dos casos), então o seu óvulo tem essa mesma idade, daí as chances maiores de a receptora engravidar com os óvulos doados.
7. O pré-natal é igual ao de uma gravidez natural E a mãe poderá amamentar sem nenhuma diferença de uma gravidez espontânea.
Este artigo foi escrito pelo colunista do Mãe aos 40, ginecologista e obstetra Arnaldo Schizzi Cambiaghi, diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, especialista em medicina reprodutiva. O especialista é autor de diversos livros, como Fertilidade Natural, Grávida Feliz, Obstetra Feliz, Fertilização um ato de amor e Coito Programado e Inseminação Intrauterina – Direto ao Assunto.