Não é segredo pra ninguém que ao ficar grávida existe uma infinidade de cosméticos que passam a ser contraindicados. E para saber qual realmente pode ou não continuar em uso é preciso levar os produtinhos para o médico ver, ou, pelo menos, passar a lista de composições. Daí, ele diz quais estão liberadas. Eu preferi colocar tudo numa bolsinha e mostrar para a minha médica, que disse quais poderiam sair da gaveta depois do terceiro mês e quais eu só poderia voltar a usar após a amamentação! É, deu dó ver tanto produto legal tendo que ficar de “castigo”, e até dividi alguns com amigas, pois perderiam a validade. Mas, fazer o quê? O importante é assegurar a nossa saúde e a do bebê, não é mesmo?
Pena que esse cuidado muitas vezes passa batido pelas gravidinhas. Foi o que mostrou um estudo feito pelo Instituto IPUPO Educacional, com mil mulheres. Veja abaixo os dados da pesquisa e o que diz o farmacêutico Hermano Pacheco, especialista em cosmetologia pelo Instituto IPUPO, e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
PROTETOR SOLAR
O que diz a pesquisa 60% das entrevistadas usam protetor solar, porém sem a orientação do médico.
Qual é o risco de usar protetor solar sem indicação médica? Nos últimos anos foi evidenciado que estamos expostos a uma grande variedade de produtos que exercem alguma atividade endócrina. Eles são classificados como Endocrine-Disrupting Chemicals (EDCs), caso dos ativos como ftalatos, fenóis, parabenos, triclosan, benzofenona-3 e outros filtros solares. O problema é que todos eles são muito usados em formulações cosméticas ou em suas embalagens, então o risco de se expor à eles é grande. Os fotoprotetores com benzofenona-3, OMC e 4-MBC são os mais perigosos para as grávidas, já os com zinco e titânio, conhecidos como filtros físicos, são os mais indicados, pois não penetram na pele. Vale dizer também que os filtros mais modernos apresentam um perfil de segurança maior.
HIDRATANTES
O que diz a pesquisa Quase 80% das entrevistadas usaram hidratante no período gestacional, sendo que pouco mais de 30% consultou um médico para saber quais eram os recomendados.
Qual é o risco de usar hidratante sem indicação médica? Formulações de cremes e loções que contém parabenos também trazem prejuízo para a atividade endócrina. Ureia, cânfora e chumbo costumam ser ativos encontrados em cremes desse tipo, daí o fato de estarem restritos na lista da Anvisa para o uso em grávidas. Enquanto estudos mostram que a ureia pode atravessar a barreira da placenta e prejudicar o desenvolvimento do bebê, a cânfora pode ter efeito tóxico e se for usada por muito tempo até causar abortos. O chumbo, por sua vez, pode intereferir no metabolismo da mãe e causar problemas nos rins e no sistema cardiovascular e nervoso. Os parabenos apresentam atividade estrogênica demonstrada em estudos in vitro e em modelos animais, além de estarem associados ao câncer de mama e às alterações no sistema reprodutivo. O médico geralmente vai prescrever os à base de glicerina, óleos vegetais e manteigas.
PERFUMES
O que diz a pesquisa 80% das entrevistadas usaram perfumes durante a gravidez, sendo que quase 95% delas não consultaram o médico sobre a composição do produto.
Quais os riscos de usar perfume sem indicação médica? Os ftalatos são normalmente utilizados em perfumes como agentes solventes e fixadores. Eles têm sido associados ao parto prematuro e aumento das chances de alergia e asma. Uma alternativa para quem não quer correr o risco é manipular perfumes com alguns óleos essenciais numa base sem ftalatos. Mas só o médico vai poder indicar o óleo essencial ou a essência mais adequada de acordo com a pele da paciente, já que elas também podem causar irritações e alergias.
Bem, agora que você já sabe dos riscos em usar cosméticos contraindicados, vale ficar de olho na nécessaire. E se você não está grávida, mas aquela amiga está, indique esse post para ela! Com certeza a saúde e o bebê agradecerão!