É no trabalho de parto, no parto e logo após o nascimento do bebê que esse tipo de violência costuma acontecer e se refere a qualquer atitude tomada sem o consentimento da mãe ou que desrespeite a sua autonomia e integridade física e mental. Uma pesquisa feita em 2010 pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC, mostrou que uma em cada quatro brasileiras sofre com o problema, que inclui discriminação social, violência física, violência verbal como tratamento grosseiro, ameaças, gritos e humilhação intencional e até abuso sexual. A ginecologista e obstetra Carolina Mocarzel, do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, explica que muitas vezes a o desrespeito é mascarado, como se fizesse parte dos preparativos para a hora do parto. “Como a maioria das mulheres dão à luz contidas em um bloco cirúrgico e são chamadas de mamãe antes mesmo do bebê nascer, é difícil para elas identificar que algumas atitudes são agressivas. É como se todo parto tivesse a normalidade de ser doloroso e constrangedor, o que não é verdade. Esse momento precisa também ser prazeroso e saudável”, diz.
Os reflexos dessa violência podem comprometer o bem-estar do bebê, que também corre riscos; e traumatizar a mãe, que fica frustrada e pouco disposta a cuidar do filho, comprometendo os primeiros contados entre ela e a criança.
O primeiro passo para evitar que isso aconteça começa no atendimento médico, que deve ser o mais amigável possível. Então preste atenção ao cuidado que o seu obstetra está demonstrando por você, o que na prática se traduz em consultas personalizadas e mais longas, abordando vários temas relacionados à sua necessidade, de forma que você se sinta a protagonista pelo nascimento do bebê. Também é direito seu escolher o tipo de parto, contando sempre com a orientação do obstetra. “Com essa atenção especial o parto tem tudo para ser uma experiência proveitosa e enriquecedora”, conclui a médica.
Por: Aline Dini