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Seja porque você priorizou a carreira, a estabilidade financeira ou buscou ter um relacionamento já amadurecido antes de se entregar ao desejo da maternidade, a verdade é que cada vez mais as mulheres estão deixando para ter filhos mais tarde. As tentativas de engravidar começam e aquilo que a princípio parecia fácil pode durar meses e até anos. Com o passar do tempo, a tendência é que a frustração tome o lugar do sonho. E aí começam as perguntas: Será que somos estéreis? Será que já estou velha demais, mesmo? Será que Deus sabe que não serei uma boa mãe? Embora terríveis, esses questionamentos são inevitáveis.

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Porém, em vez de se render à dor e ao desespero, é importante levar em consideração alguns fatores. E, então, agir de acordo com a necessidade. São eles:

1. Tempo de tentativa
Há casais que se desesperam depois de 3 meses de tentativas. Então, primeiro é preciso “segurar” a ansiedade. Vamos a alguns dados: para um casal jovem (mulher com menos de 33 anos) a primeira gestação é conseguida em até 18 meses, na grande maioria das vezes. Se a candidata a mamãe tem entre 33 e 37 anos, esse períodos de espera não devem ultrapassar 1 ano. Para quem já passou dos 38 anos, o tempo para tentar engravidar livremente, sem ajuda, não deve passar de 6 meses. Isso porque, se realmente existe algum problema (baixa contagem de óvulos, por exemplo), a ciência tem mais chances de ajudar esse casal se o problema for detectado rapidamente. Após esse período para cada faixa etária, entra em cena a recomendação de realização de exames para ver como está a fertilidade de ambos.

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2. Diagnóstico ou histórico médico
Todos os tópicos acima valem para quem é saudável e não tem um histórico de complicações relacionadas à fertilidade, como endometriose, síndrome do ovário policístico, abortos de repetição, varicocele, obesidade e tabagismo. Há estudos importantes apontado uma queda progressiva na qualidade do sêmen nos últimos anos, devido ao estresse da “vida moderna”, assim que os homens também devem estar atentos. Quando existe algum problema conhecido, a recomendação é não esperar muito, pois provavelmente uma “ajudinha” seja necessária.

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3. Conhecer as possibilidades
Como sempre costumo dizer, O CONHECIMENTO EMPODERA! Então, busque saber as possibilidades de aumentar as suas chances, acompanhando o ciclo (existem bons aplicativos com essa função) e melhorando hábitos. Enquanto esperam, é sempre bom querer saber mais sobre os passos mais simples, caso precisem de fato dessa “ajudinha”. E o mais importante: NÃO deem ouvidos aos relatos e opiniões dos conhecidos, porque não faltarão especialistas de Google querendo dar algum conselho. Se precisarem tirar dúvidas, busquem profissionais da área, especialistas em reprodução humana. No mais, boa sorte aos tentantes!

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Michelli Montaño, consultora de fertilidade, bióloga geneticista. Membro da European Society of Human Reproduction and Embryology. Mãe da Isabel e Elena. Autora da página Famílias In Vitro, no Instagram