Se você está grávida ou amamentando, vale dar mais atenção à sua caderneta de vacina. É sobre isso que vamos conversar com o ginecologista e obstetra Antonio Paulo Stockler, especialista pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Veja a entrevista:
Mãe aos 40: Qual a importância da gestante estar em dia com as vacinas?
Dr. Antonio Stockler: O sistema imunológico das gestantes responde menos intensamente às infecções para não agredir os antígenos próprios do feto, por isso, estando em dia com as vacinas, a gestante não protege só a si mesma como o bebê ainda no útero. A produção de anticorpos pela mãe ao receber uma vacina pode ser transferida pela placenta e pelo leite, ajudando na proteção dos recém-nascidos.
Mãe aos 40: Quais vacinas são essas que protegem mãe e bebê?
Dr. Antonio Stockler: Gripe, que protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde: A/H1N1; A/H3N2 e influenza B; tétano; difteria; coqueluche; e hepatite B. Esta última deve ser avaliada a imunidade, uma vez que ela entrou há poucos anos no calendário de vacinas do Ministério da Saúde para todos os recém-nascidos, e, portanto, ainda é frequente encontrar muitas mulheres grávidas que não a receberam na infância e que deverão recebê-la neste momento.
Mãe aos 40: Os cuidados da mãe com a vacina se encerram quando o bebê nasce?
Dr. Antonio Stockler: Não. Após o nascimento do bebê, é preciso também tomar algumas vacinas, pois os anticorpos da mãe são transferidos para o bebê por meio da amamentação. Algumas delas são: DTPA ou DT, que protege contra tétano, difteria e coqueluche e deve ser tomada caso não tenha sido aplicada na gravidez; gripe, caso não tenha sido tomada na gravidez; hepatite A e B; meningite; tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba; e varicela, que deve ser tomada pelas mães que não tiveram catapora.
Agora que você já sabe a importância da vacinação durante a gravidez, consulte seu médico para saber mais detalhes e garanta a sua saúde e do seu bebê.
Em tempo
A última notícia no universo das vacinas para o bebê foi sobre a que previne a meningite B, uma das doenças mais graves do Brasil, que mata 2 doentes a cada 10, e está disponível nas clínicas particulares desde maio deste ano. Indicada a partir dos dois meses de idade, ela pode ser aplicada até os 50 anos, mas o principal alvo são os bebês com menos de 1 ano, sendo que de 2 a 5 meses a recomendação é de 3 doses com intervalos de 2 meses, além do reforço entre 1 e 2 anos completos. Para os bebês de 6 a 11 meses, 2 doses da vacina e 1 reforço são o suficiente. Acima desta idade é recomendado 2 doses sem reforço. O preço sugerido pela farmacêutica GSK, responsável por trazer a vacina ao país, é de R$ 340, mas devido a tributação os preços podem variar de um estado a outro. Ligamos para algumas clínicas que disponibilizam a vacina em São Paulo e o preço médio de cada dose é de R$ 500.