estupro

É justamente na semana em que imagens de adesivos obscenos da presidente Dilma circulam na internet como forma de “protesto” que venho falar sobre a violência contra a mulher. Afinal, não importa a minha opinião política, me senti (e acredito que outras milhares de mulheres também) ofendida com o ocorrido. Então, posso dizer que o post de hoje não se destina apenas às mães ou futuras mamães e também não diz respeito à maternidade. O assunto hoje é um pouco “mais embaixo” e destinado a todas as mulheres (e por que não dizer a você homem que também pode ter acessado o site). Trata-se da violência contra a mulher, problema que coloca o Brasil em sétimo lugar no ranking Mundial, sendo um dos países com maior índice desse tipo de violência. O assunto também está sendo retratado na capa da revista Superinteressante deste mês, que traz à tona o estupro. Ele é o crime mais bárbaro contra a mulher e boa parte das que sofreram com o mal tem medo ou vergonha de expor a sua história. Isso acontece, especialmente, porque o tema é tratado com um tabu.

No entanto, a violência contra a mulher não acontece somente quando um ato covarde desses é realizado. Ele está presente no nosso dia a dia e é preciso ser debatido, divulgado e cercado por ações efetivas na sociedade. Só para terem ideia do quanto a sociedade ainda é machista e o quanto a mulher ainda é desvalorizada, o Relatório Global de Equidade de Gênero do Fórum Econômico Mundial aponta levará 80 anos para que a igualdade entre os sexos seja alcançada! Claro que passos importantes já foram dados, mais ainda estamos muito longe do necessário para a equidade.

assedio

Para terem uma ideia, vale ilustrar o assunto com uma pesquisa divulgada no ano passado e feita pelo Instituto Avon e Data Popular entrevistou pela internet 2.046 jovens entre 16 a 24 anos de todas as regiões do país, sendo 1.029 mulheres e 1.017 homens. Os dados são assustadores e deixam claro a violência de gênero e o fato de muitos homens pensarem em suas companheiras como suas propriedades. E isso é sim um baita problema, já que por mais que essa mulher conquiste o mercado de trabalho, em casa a coisa pode ficar feia. E é lá dentro que ocorrem a maioria das agressões. Vamos aos dados:

96% dos entrevistados afirmaram viver em uma sociedade machista

80% dos homens disseram que a mulher não deve ficar bêbada em festas ou baladas

78% das garotas revelaram ter sofrido algum tipo de assédio, que vai desde a cantada ofensiva até serem beijadas a força na balada

30% já foram assediadas fisicamente no transporte público

53% das meninas que namoram disseram já ter tido o celular vasculhado pelo namorado

40% delas disseram que o parceiro controla o que fazem, onde vão e com quem estão

33% foram impedidas pelo parceiro de usar certos tipos de roupas

9% delas contaram já ter sido obrigadas a fazer sexo contra a sua vontade

37% fizeram sexo sem preservativo porque o parceiro insistiu

32% das jovens, a pedido do namorado, tiveram que deletar amigos do Facebook

30% contaram ter o e-mail ou perfil do Facebook “rastreado” pelo parceiro

15% das meninas disseram ter sido obrigadas a passar suas senhas de e-mail e Facebook para os namorados

2% das jovens contaram que receberam ameaça de divulgação de fotos ou vídeos íntimos, caso não ceda aos desejos do parceiro.

Essas informações são uma parcela do que acontece diariamente na sociedade. Por isso, convido a todas vocês, mulheres, a nos unirmos contra o assédio moral, sexual e a violência entre gêneros. E nessa causa, vale destacar a campanha He For She, que apoia uma vida livre de violência e impedimentos. Aqui no Brasil a campanha Eles Por Elas contou com o apoio do canal GNT e foi inaugurada oficialmente no dia 24 de junho. Outra campanha superimportante é a Chega de Fiu Fiu, que ajuda a denunciar assédios e abusos de forma simples.

Vamos fazer a nossa parte, ensinado os filhos desde pequenos que homens e mulheres merecem os mesmos direitos, lutando por mais igualdade dentro das empresas e das escolas e incentivando cada vez mais mulheres a abraçarem esta causa.