Tanto se fala do momento do parto, que é muito importante, é verdade; porém pouco se fala sobre os desafios da amamentação. Na cabeça de muita gente, amamentar ainda é algo instintivo, assim como acontece com os animais que já nascem e vão direto para suas mães. E assim, ao se deparar com o momento em que a boca do bebê encontra o peito da mãe pela primeira vez, o mundo parece desabar para tantas delas. Provavelmente você já passou por isso. Se não passou, tem uma amiga, irmã, vizinha, que relatou as dores para continuar amamentando o bebê.
Com a documentarista Graziela Mantoanelli não foi diferente. Sua filha nasceu prematura de 35 semanas, e amamentá-la se tornou um desafio ainda maior, afinal, sua filha não veio diretamente para os seus braços. Para fazer valer sua vontade de amamentar, Graziela precisou contar com uma pediatra particular. A praticidade da fórmula parece realmente invadir o espaço que é de direito das mães. Da dificuldade que enfrentou, nasceu a vontade de falar sobre mais sobre o assunto. Graziela não estava sozinha nessa. Havia milhares de mães que, assim como ela, tinham muitas dificuldades para dar o peito aos seus bebês.
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Tal qual a amamentação, o documentário “De Peito Aberto” atravessou diversas dificuldades para que, finalmente, chegasse nesse 3 de outubro às telonas. Distribuído pela Pagu Pictures, o filme de Graziela Mantoanelli expõe e promove uma reflexão profunda sobre a maternidade nos dias de hoje, ao acompanhar seis mulheres de diferentes classes sociais durante os 180 primeiros dias de vida de seus bebês – período recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para amamentação exclusiva. O turbilhão de emoções e os desafios que as mães vivenciam nesse período, dão a tônica da produção, recheada de informações valiosas sobre o tema.
Além das mães, o documentário conta com o depoimento de renomados especialistas, entre eles a terapeuta argentina especializada em maternidade Laura Gutman, o pediatra espanhol Carlos González, o pediatra Moisés Chenciski, e o psicólogo e terapeuta de família Alexandre Coimbra Amaral. Eles reforçam a importância do leite materno para o desenvolvimento do bebê e seu incomparável valor nutricional, além de ressaltarem a necessidade de apoio prático e emocional para que a mãe possa amamentar naturalmente.
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Muito além dos benefícios para a mãe e o bebê
Outras questões são analisadas no documentário, como o papel da mulher na sociedade e a eficácia das políticas sociais e trabalhistas existentes. Da sala de parto, onde ocorrem as primeiras mamadas, até os seis meses de vida do bebê, “De Peito Aberto” capta emoções, embates e questões como o papel da mulher na sociedade atual, a relação entre maternidade e trabalho, as políticas públicas para amamentação e os interesses privados por trás do desmame precoce.
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O aleitamento materno é considerado pela Nações Unidas como a ação isolada mais eficaz no combate à mortalidade infantil. Um tema com tamanha relevância social mobilizou mais de 700 mulheres a financiar coletivamente a primeira fase da produção, atendendo a um chamado da diretora para a realização de uma obra inédita sobre o assunto, com mais de 5 anos de pesquisa e 200 horas de material bruto, capitaneada pela Deusdará Filmes. Veja o trailer abaixo:
O lançamento de ‘De Peito Aberto’ nos cinemas visa a alcançar um público diverso para contribuir com o fortalecimento da cultura do aleitamento materno, já que o tema envolve toda a sociedade. O site do filme traz conteúdos complementares e material de apoio a debates e discussões em rede.
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Veja a lista dos cinemas que exibirão o filme. Nos dias 03, 04, 05 e 06 de outubro o filme estará nas seguintes cidades: