Mãe aos 40 conversou com o cirurgião-dentista Mario Groisman, membro da Academia Brasileira de Odontologia, do Rio de Janeiro, para entender melhor a importância de cuidar da saúde da boca para manter a fertilidade em dia. A relação entre esses dois assuntos começou a ser mais explorada depois que uma pesquisa feita em 2011 numa universidade da Austrália mostrou que mulheres com gengivas doentes precisaram de sete meses para conceber, enquanto as saudáveis levavam cinco meses. Na época o líder na pesquisa afirmou que, até então, não existiam estudos publicados sobre a relação fertilidade e doenças gengivais. Aquele era o primeiro estudo que sugeria a inflamação como um fator de risco. O médico Mario Groisman explica que o grande problema de não dar tanta atenção à saúde bucal é que as chances de ter inflamações aumenta e, com isso, o organismo se altera, especialmente se a doença não for tratada.
Durante a gravidez
Geralmente, durante a gestação as mulheres tendem a ter alterações hormonais, o que pode favorecer o aparecimento da gengivite, que é uma inflamação na gengiva. “Isso ocorre tanto porque os hormônios influenciam na capacidade de defesa do organismo, mas também porque há maior vascularização local e os pequenos vasos sanguíneos da boca se tornam mais frágeis.”, diz Mario. O especialista alerta, inclusive, para o risco de o problema causar parto prematuro e bebês com baixo peso.
De olho na boca, já!
Uma boa higienização bucal todos os dias (leia-se escovar os dentes, gengivas e língua ao menos três vezes por dia, usando o fio dental e, quando indicado pelo dentista, o enxaguante bucal) já previne algum tipo de inflamação, mas se você está tentando engravidar ou já está gestante e notou algo diferente, consulte seu dentista. Dependendo do caso, o especialista pode indicar alguns antibióticos para combater a inflamação.