“É engraçado parar e pensar, nossa serei mãe de novo! Tem horas que a ficha ainda parece estar lá presa e não caiu. Estou com 43 anos e tenho um filho de 17! É uma história daquelas até simples de entender. Engravidei a primeira vez aos 25 anos, fui mãe solteira e dali em diante o tempo foi passando e eu me empenhando cada vez mais na carreira e nas conquistas profissionais, afinal, era preciso me manter financeiramente. E assim o desejo de ser mãe novamente foi abafado pelo dia a dia corrido e por outras prioridades, Mas confesso que sempre sentia um “buraco” emocional. Onde deveria ter havido mil carinhos e beijos na barriga, sempre houve a sensação de que faltava algo. Era uma carência imensa, mas que eu sempre colocava em segundo plano.
Até que três anos atrás conheci o Henrique, meu marido. Ele já tinha um menino de sete anos e eu o Pedro de 14. Tudo foi muito rápido entre nós: com dois meses de namoro sabíamos que nos casaríamos e que tentaríamos ter um bebê. Em sete meses, eu tinha feito 41 anos e estávamos oficialmente morando juntos. Foi quando suspendemos os métodos anticoncepcionais e ficamos esperando por um bebê. Mas passavam os meses e não acontecia nada. Em janeiro de 2013 casamos oficialmente e devidi, com meu marido, que iríamos por mais seis meses, até junho, mês em que eu faria 42 anos.
Como a gestação não aconteceu no tempo estabelecido, procuramos um médico, que nos solicitou todos os exames, inclusive o de trompas e útero. Tudo estava normal. Mas o médico sugeriu que, por conta da minha idade, talvez tivéssemos que nos submeter a uma fertilização in vitro. Foi quando senti o peso de continuar tentando, afinal, havia o medo de o bebê nascer com Síndrome de Down, de eu sofrer um aborto ou com a angústia de esperar por algo que não acontecia. Não aguentei e desisti. Foi uma escolha difícil, mas fui taxativa: não queria mais e não ia passar por tudo isso. Tinha medo de não sobrevivermos a isso tudo… Eu dizia que tinha quase a idade da minha mãe quando dei um neto a ela. Tudo levava a crer que era para sossegar.Nessa época, minha empresa de festas estava começando a deslanchar. Me apoiei novamente nos projetos profissionais e simplesmente desencanei de ter outro filho. Tanto é que meu marido estava disposto a fazer a vasectomia. Acho que a vida e as condições complicadas pelas quais passei endureceram o meu lado maternal, então me contentava em organizar as festas infantis, encontrando nelas as lembranças de maternidade e a felicidade que proporciono aos clientes. Definitivamente não pensei mais no assunto.
Foi quando um dia no final de maio, me dei conta que estava com a menstruação atrasadíssima, além de muita dor nos seios. Por desencargo de consciência, acabei fazendo um teste de gravidez doméstico. Para minha completa surpresa deu positivo! Quase morri do coração. Tive surtos e muito medo, enquanto meu marido pulava de felicidade. Desde o risco de aborto, devido à idade, até as síndromes mais apavorantes, tudo passava na minha cabeça. As primeiras 12 semanas foram as mais longas da minha vida. E do meu esposo, com toda certeza! Na primeira consulta o médico pediu milhares de exames e o ultrassom prematuro – foi quando veio o primeiro alívio. tudo estava bem. Aguarmos o prazo correto e fizemos o ultrassom morfológico parasaber se havia risco de Down. Mas, nesse meio tempo eu já estava tão apaixonada pelo bebê, que com ou sem a Síndrome, ele seria o bebê mais amado do mundo. O resultado saiu e tudo continuava muito bem. Semana passada fizemos o ultrassom de terceiro trimestre. Vimos pela primeira vez as feições do nosso Theo. E é incrível como ele já reconhece o pai: todas as noites, quando meu marido vai falar com ele, o bebê para e parece ficar escutando. É demais! Fizemos tudo juntos, todos os exames, consultas, a escolha do nome, da cor das paredes, das roupinhas, do tema do chá de bebê… Não poderia ter desejado parceiro mais companheiro, amigo e apaixonado por uma ideia! Sempre digo que pra mim, tudo veio tarde, mas veio inteiro e completo. Se eu soubesse que esse seria o resultado antes, faria tudo com mais tranquilidade e calma. O Theo deve chegar em janeiro, se não resolver nos dar um susto. Estamos todos ansiosos pra tê-lo conosco. É a coroação da nossa história de vida, com passados bem complicados. Oro a Deus todos os dias que nos mantenha em segurança agora. Mas tenho fé agora que tudo dará certo.”
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Pessoa linda que tenho tanto apreço, Pathy já deu tudo certo e continuará dando, fica tranquila e curta esse momento, porque depois como você já sabe… vem as fraldas, as cólicas, a falta de sono…. e muito amor é claro!! kkkkkk
Felicidades!!!
Que linda história!! Fui mãe muito cedo… Mas com novo casamento tbm decidi ter mais filhos!!
Tive um com 40 e outro com 43!
Oi, Sayuri… Hj tenho 40 anos e muuuuita vontade de ter outro filho… Tenho um de 14 anos… Morro de medo das Síndromes….. Faz 3 anos q tento… Ano passado engravidei, mas perdi com 8 semanas…