gravidez tardiaVale começar a minha história dizendo que meu marido, Adriano, é o principal responsável pela minha vontade de ser mãe, pois foi ele que meu deu toda a inspiração e confiança para me permitir a dar sequência neste “projeto”. Venho de um ex-casamento falido, de uma família com pais separados… Então, ter filhos só poderia ser possível no meu momento exato e com a pessoa exata. Em paralelo, sempre procurei dar prioridade a meus estudos e carreira. Fiz tudo o que estava planejado: viajei, estudei, me dediquei ao trabalho, mas agora sei que chegou o momento de “ser mãe”. Mas não foi assim tão fácil. Na verdade, não foi nada fácil. Tive um aborto espontâneo em 2014 e foram mais 3 tentativas entre 2014 e 2015. Em maio de 2014 engravidei naturalmente, mas graças a uma biópsia feita no feto soubemos que o bebê, caso sobrevivesse, teria uma doença grave, incompatível com a vida. Minha médica disse que este problema poderia estar relacionado à minha idade, ou seja, meus óvulos também estão velhos. Ela nos sugeriu a inseminação in vitro, onde poderíamos fazer uma análise do embrião antes da transferência para o útero.

Abortos e a inseminação

Aceitamos a sugestão, porém o processo todo é muito desgastante e caro, já que, além do procedimento, os medicamentos utilizados são importados. E como no meu caso, incluindo todas as tentativas, foram quase 170 injeções de hormônios, fiquei muito preocupada com os efeitos colaterais que isto poderia trazer para meu corpo, cabelos, pele, ganho peso, entre outras coisas. Graças a Deus não tive nenhuma reação aparente, a não ser o grande desconforto de tomar 3 injeções na barriga durante vários dias! Não posso dizer que tive alegrias neste momento, pois como fizemos mais de uma tentativa, na verdade a cada dia era uma tensão e um dia a menos no calendário. Pura ansiedade mesmo.

A notícia da gravidez
Após a transferência do embrião, alguém da clínica me ligou dizendo que provavelmente não tinha dado certo, pois meu Beta estava muito baixo (estava 18 e deveria ser aproximadamente 90). Neste momento chorei muito e cheguei a pensar que meu projeto “ser mãe” não seria possível. Mas minha médica me acalmou e pediu para esperar 2 dias e refazer o exame. Fiz isto e o Beta aumentou para mais de 100! A explicação é que meu embrião se fixou no último dia possível, deixando o Beta baixo… Quase infartei! Foi tudo muito tenso, pois a cada semana era uma vitória. Como perdi uma gravidez com 3 meses, enquanto não ultrapassamos esta fase, não consegui ficar tranquila. Mas depois disso, até hoje, a expectativa e alegria só aumentam! Como foi tudo planejado e com um tratamento demorado, a família acompanhou esse momento com muita energia positiva e agora estão ansiosos com a chegada da Valentina. Meu marido sempre quis ter um filho, então ele está curtindo muito todos os momentos. A previsão é que nossa princesinha nasça no final de novembro a início de dezembro.

inseminação artificial

Mudança de vida

Não tenho dúvidas que o meu foco agora é outro em relação à vida. E sei que quando Valentina chegar ele mudará ainda mais. Deixarei de me preocupar com certas coisas e passarei a me preocupar com outras! Acredito me meu casamento ficará ainda mais sólido e vamos curtir muito esta nova fase da vida. Vai ser uma mudança e tanto, pois nossa logística ficará em função do bebê, mas acredito que será tudo muito lindo e abençoado. Já fizemos algumas adaptações na casa, para acolher nossa filha e nossa agenda será totalmente adaptada à ela! Pretendo conciliar a carreira e a maternidade com muita responsabilidade, mas sei que precisarei contar com a compreensão da empresa onde trabalho e das pessoas que estão envolvidas no meu trabalho, pois, a partir do parto, não terei tanta flexibilidade de horário. Meu tempo deverá ser dividido para a dedicação à minha filha e seu bem-estar. Acredito que o diálogo será o melhor caminho.

Depoimento de Patricia da Costa Medeiros, Administradora, 43 anos.