Chiclete, bala, sorvete, iogurte, biscoito recheado, refrigerante, salgadinho e gelatina estão presentes diariamente na rotina alimentar do seu filho? Se respondeu sim, é bem provável que não só a quantidade de açúcar ingerida esteja em excesso, como também os corantes artificiais, que podem comprometer a saúde do pequeno.
Corante natural X Corante artificial
Duas classes bem distintas de corantes estão disponíveis para uso em alimentos. São os corantes naturais e os sintéticos. Enquanto os naturais vêm de alimentos igualmente naturais, como brócolis, cenoura, morango e uva, e têm sido utilizados há anos sem evidências de danos à saúde; os artificiais são uma classe de aditivos sem valor nutritivo, que estão sempre na mira das investigações científicas, devido às reações adversas que podem causar. Esse último corante é muito utilizado pela indústria para melhorar a aparência do alimento, já que sabemos que a aparência, cheiro e sabor, podem exercer efeito estimulante ou inibidor do apetite.
Contudo, as crianças acabam sendo o grupo mais vulnerável às reações adversas aos aditivos. Isto acontece geralmente por 2 motivos:
1. A quantidade ingerida é maior, em relação ao peso corporal, na criança do que no adulto.
2. A imaturidade fisiológica, que prejudica o metabolismo e a excreção dessas substâncias.
A relação do corante artificial com as doenças
Do ponto de vista da saúde, os corantes artificiais em geral não são recomendados, podendo ter ligação com doenças respiratórias e alergias. Um estudo publicado na revista americana Clinical Pedriatrics, feito em 2015, mostrou que de 1950 para cá, nos Estados Unidos a quantidade diária de corante artificial ingerido diariamente aumentou em 5 vezes, pulando de 12mg para 62mg (até 2010).
Estudos recentes mostram que os corantes estão ligados, inclusive, a doenças cada vez mais comuns nas crianças, como hiperatividade, déficit de atenção, asma e alergias. No entanto, médicos especialistas em tratar hiperativos dizem que os corantes podem até funcionar como gatilhos, mas apenas em crianças já predispostas em desenvolver a doença.
Também há médicos que afirmam que a ingestão de corantes em excesso danificariam até mesmo o DNA, já que deixaria uma porta de entrada no sistema imunológico, que ficaria mais suscetível à reações alérgicas.
Os corantes mais comuns em alimentos industrializados
Leia atentamente a lista de ingrediente e evite os seguintes corantes artificiais:
• Azul Brilhante: INS 133
• Amarelo Crepúsculo: INS 110
• Tartrazina: INS 102
• Vermelho Allura ou 40: INS 129,
Prato colorido naturalmente: a melhor opção!
Apesar dos apelos dos alimentos super coloridos, tente deixar as guloseimas para o fim de semana e sempre com moderação. E busque mostrar para o seu filho que as cores vindas dos alimentos saudáveis também são muito atrativas. Monte pratos com milho, cenoura, brócolis, e invista em saladas de frutas e, se possível, faça desenhos com a comida. Tudo para estimular esse momento.
Simone Ferraz é nutricionista, pós graduada em pediatria pelo HCFMUSP, e especializada em Nutrição Funcional. Mantém o Instagram @alimentacaomaternoinfantil, que faz o maior sucesso com dicas de comidinhas, novidades e muita informação de primeira. A cada 15 dias vai falar aqui no site sobre um assunto interessante para a alimentação da criançada. Acompanhe