Um bebê que nasce dentro do tempo e do peso considerados normais já requer cuidados, e mesmo assim nos passam a impressão de que são tão frágeis… Um prematuro então, é tão pequenininho que algumas mães têm até medo de pegar no colo, mesmo quando eles já estão aptos a irem para a casa. O baixo peso, aliás, é uma das principais preocupações da mãe que acaba de dar à luz um prematuro. Mas basta uma conversa com o médico para perceber que, na verdade, o peso não é o fator mais importante da história. A imaturidade de órgãos, como rins, intestino e coração, e o sistema imunológico e pulmões igualmente imaturos fazem com que o bebê não consiga, por exemplo, sugar o leite e, em alguns casos, respirar só é possível com o aparelho. O sofrimento dos pais só acaba mesmo quando recebem a criança em seus braços, o que acontece apenas quando ela já está com peso e desenvolvimento bem próximo ao de um bebê que nasceu no tempo certo.
Mais vulneráveis
Os bebês prematuros realmente são mais vulneráveis, já que o seu sistema imunológico ainda não está produzindo anticorpos como deveria. Com isso, se defender das infecções fica bem amais difícil. Outro ponto é que é justamente no fim da gravidez que a mãe passa para o bebê a maior parte dos anticorpos que ele vai precisar. Assim, a chamada imunidade passiva é muito menor nesses casos.
Quase mil prematuros nascem todos os dias. Isso só no Brasil.
Vale dizer que são considerados prematuros os bebês nascidos antes de 37 semanas de gestação, o que é realidade para 15 milhões de crianças todos os anos ao redor do mundo. No Brasil, o número de prematuros é de 340 mil bebês anualmente, ou seja: 931 por dia ou a 6 a cada 10 minutos. Mais de 1 milhão de crianças morrem por ano devido a complicações do parto prematuro, que é a principal causa de morte de crianças nas primeiras 4 semanas de vida e a segunda causa de morte até a idade de 5 anos. As sobreviventes, que são a maioria, podem desenvolver problemas de saúde muito graves, como dificuldades para andar, escutar e enxergar. O aprendizado também pode ficar comprometido, além da possibilidade de distúrbios de comportamento.
As causas
Entre as causas para partos prematuros estão: o encurtamento do colo do útero, hipertensão, diabetes gestacional, malformações congênitas, infecções, estresse, deficiência de progesterona, entre outros. Por isso, é fundamental que a gestante faça um acompanhamento médico correto durante a gravidez, além de partos seguros e um bom planejamento familiar.
Cuidados em casa
Um prematuro precisa de cuidados especiais em UTI, o que aumenta em três vezes o risco de morte e sequelas futuras para sua vida adulta. Em casos extremos, em que o bebê nasce muito antes da hora, ele pode passar meses internado. Em outros, alguns dias na UTI são suficientes. Regra geral, é considerado apto a receber alta o bebê que atinge o peso mínimo de 2 kgs.
E ao contrário do que muita gente pensa, um prematuro que recebeu alta não requer cuidados diferenciados em relação ao não prematuro, afinal, a alta significa que ele está apto a ir para casa. Também é mito dizer que os prematuros choram mais. Isso vai depender mesmo do comportamento de cada bebê, não tendo qualquer relação com a prematuridade dele. E nem sempre uma criança prematura será menor que as outras. à medida em que for crescendo, a tendência é recuperar a altura, especialmente nos 2 primeiros anos, que é quando se tem picos no desenvolvimento/crescimento.
E a amamentação, como fica?
Para quem tem um bebê prematuro, uma das maiores dores é em relação à amamentação, afinal, esse é o melhor alimento para o bebê, mas nem sempre é possível amamentar um recém-nascido. As mães que podem e conseguem ainda esbarram no problema que é a sucção do bebê. Como ela não é adequada, fica mais difícil produzir o leite, o que consequentemente, reduz a barreira contra as infecções. Até existem as doadoras de leite materno, em que o leite doado é dado ao bebê por meio sonda, colocada no nariz ou na boca, e que chega ao seu estômago. No entanto, o desgaste físico e emocional da mãe costuma ser tão grande que isso torna-se um trabalho exaustivo.
Assim, é comum que os bebês recebam o alimento por via intravenosa, em função da imaturidade do trato gastrointestinal e dos reflexos de sucção e deglutição. No início, eles recebem água com glicose (soro), e com o passar do tempo, recebem também proteínas, gorduras, vitaminas e minerais.
Exames ajudam a detectar as chances de ter um bebê prematuro
Parece muito futurista? Pois já existem laboratórios que disponibilizam exames específicos (não são pedidos juntamente com os exames de rotina) para saber quais são os riscos de o bebê nascer antes do tempo. Os exames são:“Fibronectina” e “amnisure”, procedimentos complementares que podem ser indicados pelo médico em casos de gravidez de risco. Se quiser saber mais sobre o assunto, veja esse post, que fala exatamente sobre os exames.