Foto: Pexels/Liza Summer

Você já deve ter ouvido falar que quem tem útero septado não consegue engravidar. Mas será que isso é verdade? Será que qualquer malformação uterina atrapalha o processo da gravidez?

Primeiramente, vamos entender melhor o que são as malformações uterinas:
Na gravidez o útero tem função de reter e nutrir o embrião, e conforme esse embrião cresce o útero também aumenta seu espaço interno, para conforto deste embrião/feto. A cavidade uterina é como se fosse a parte interna de uma bexiga, conforme colocamos mais ar, ela cresce de modo homogêneo, se colocarmos uma fita colante (tipo fita crepe), colocada na bexiga vazia, quando a enchemos, ela vai crescer de maneira desigual: a região com a fita não esticará igualmente, o que pode limitar o crescimento da bexiga. As malformações uterinas são basicamente locais com pouca ou nenhuma elasticidade dentro do útero, atrapalhando o crescimento no caso de gravidez.

Imagem: Reprodução Centralx

Útero didelfo, arqueado, septado, bicorno ou unicorno são, basicamente, úteros com limitações de crescimento por falta de tecido elástico. Porém, existem graduações e estas são individuais de cada paciente, por isso é importante a avaliação com especialista, pois o diagnóstico não dá a sentença.

Já vi gravidez em todo tipo de malformação uterina, a maioria natural e algumas após algum tratamentos de reprodução assistida. Muitas vezes, são gestações que exigem repouso e medicação para relaxamento do útero. E quando as recomendações são seguidas e a paciente é bem acompanhada por um médico, os desfechos podem ser bem bons.
Para quem tem diagnosticado uma malformação uterina, o mais importante a ser avaliado é: qual o tamanho desta cavidade? A região de septo é muito larga? Muito fibrosa? A região de endométrio está normal?

Sempre converse com o especialista. Não deixe que um diagnóstico de ultrassom ou mitos que ouvimos por ai, limitem sua jornada em busca da gestação tão desejada! Lembre-se sempre: cada caso é um caso e ele precisa ser tratado de forma muito individualizada.

Esse texto foi escrito pela ginecologista e obstetra Karen Rocha De Pauw, especialista em reprodução humana. Acompanhe-a também no Instagram