bebe_chupeta

Além dos benefícios já conhecidos, a prática de amamentar também pode reduzir o uso de chupetas e mamadeiras. É o que aponta um estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, divulgado em junho, pela fonoaudióloga Gabriela Buccini.

A pesquisa foi feita em mais de 34 mil crianças e apontou que a primeira hora de amamentação pode ajudar os bebês a reduzir o uso dos chamados “bicos artificiais”. Segundo a pesquisadora, existem duas hipóteses para essa redução. A primeira é que mães que amamentam na primeira hora de vida do bebê tendem a amamentar por mais tempo que as que não fazem isso; a segunda é que a mãe que amamenta (sem dificuldades) tem um vínculo muito forte com seu filho e vai criando estratégias para lidar com o choro, fome, sono do bebê que incluam a amamentação, além da questão do vínculo mãe-bebê favorecido pela amamentação.  Dessa forma, mães que amamentaram na primeira hora de vida têm mais chances de desenvolver laços positivos com a amamentação e com o bebê e oferecem menos bicos artificiais”, afirma.

A principal motivação para o estudo estava em dados alarmantes, como o fato de o uso de chupeta e mamadeira em lactentes ser um hábito cultural. “Com o avanço da tecnologia e as urgências do dia a dia, é cada vez mais comum o uso de chupetas e mamadeiras, que prometem conforto para os bebês e descanso para os pais”, afirma a pesquisadora.

Saúde em xeque

Estudos anteriores apontaram modificações na saúde da criança decorrentes ou agravadas pelo uso de bicos artificiais. “Entre as alterações estão a respiração bucal, alterações no sistema sensório-motor oral, alteração no processo de aquisição da linguagem, otite média aguda e maloclusão, que aparece nas formas de mordida aberta anterior e mordida cruzada”, conclui.