Adriana com o pequeno Foto: Arquivo pessoal

“Durante muitos anos eu fui coordenadora de eventos e passava a maior parte do tempo em festas, shows, coquetéis, jantares e bailes. Como era muito dedicada, mal tinha tempo para viver a minha vida pessoal e curtir a família. Por isso também o sonho de ter um amor e ser mãe era algo distante da minha realidade. Até que aos 32 anos conheci um rapaz sete anos mais novo, uma pessoa simples, porém muito trabalhador, honesto e cheio de fé. No início do nosso relacionamento as pessoas não acreditavam que tivesse futuro, mas o tempo foi passando e eu comecei a sentir muita falta de ficar mais tempo ao lado daquele homem, que eu tanto admirava e respeitava. Mas a guinada em minha vida só aconteceu mesmo quando um dia acordei decidida a mudar tudo o que de certa forma me preenchia, mas que por outro lado me impedia de viver o melhor da vida. Pedi demissão do emprego em que havia construído 19 anos de carreira e, sem pressão, dúvida ou medo, passei  a me dedicar ao próximo numa profissão pela qual sempre fui apaixonada: a de assistente social. Comecei a dar mais valor às pessoas e aos gestos simples e a me dedicar com intensidade ao amor. Aos 35 fiquei noiva e começamos a planejar o casamento, que aconteceu em 2010. E foi ao completar 41 anos que resolvi procurar um médico simplesmente para fazer alguns exames, pois estava com vontade de ser mãe. Mas para minha surpresa ele me tratou com indiferença e disse que a gravidez poderia ser de risco, com abortos e que eu poderia ter que fazer tratamento. Na hora pensei que tudo isso poderia acontecer também com uma pessoa mais nova, só que no fundo fiquei triste porque ele sequer me examinou e já veio com esse balde de água fria. Ao sair do consultório, liguei para o meu marido que me consolou e disse que seria feita a vontade de Deus.

A vontade de engravidar era tanta que naquele mês minha menstruação atrasou e eu não tive dúvidas que era um bebê, mas os dois testes de farmácia que fiz deram negativo. Alguns meses depois procurei outra médica, que foi atenciosa e me encheu de esperanças. Passei por uma série de exames e para a nossa surpresa a gravidez aconteceu no final daquele mês, mas só fui perceber dois meses depois! E não era para menos, afinal, minha menstruação aconteceu normalmente em outubro e eu ainda tinha quatro miomas.

Durante a gravidez precisei fazer repouso por conta de um sangramento e aos seis meses de gestação comecei a sentir muita dor no nervo ciático, sendo que aos sete meses só conseguia andar com a ajuda do andador. Aos oito meses fiquei muito inchada e sentia fortes queimações e enjoos. O olhar de preocupação das pessoas ao meu redor era nítido, mas eu nunca deixei de acreditar que tudo daria certo. Meu filho estava programado para nascer no dia do meu aniversário, 31 de julho, mas devido às dores minha médica decidiu me operar uma semana antes. E  ele nasceu lindo, saudável e é muito amado por todos! Por tudo isso, não canso de dizer que a minha vida mudou para melhor. Faria tudo novamente, nem que tivesse que sentir todas as dores. A bênção de ser mãe é simplesmente o maior presente que eu poderia ganhar e me orgulho demais de tudo o que sou e tenho hoje.”

Adriana Rocha Costa, 43 anos, assistente social, mãe do pequeno José Henrique.