Tenho visto e ouvido muitas mães pedindo sugestões de presentes bacanas para darem aos seus filhos neste Natal. Culturalmente esta época do ano está realmente associada a ganhar presente do bom velhinho. No entanto, me peguei pensando em algumas maneiras mais criativas e com significados que podem impactar de maneira ainda mais positiva na vida das nossas crianças.
Vivemos numa época em que a publicidade infantil é cada vez mais bem feita e direcionada, e nos vemos num ciclo em que o consumismo nos envolve a tal ponto que sentimos necessidade de comprar, comprar e comprar. O tablet mais moderno, a boneca da moda, aquele carrinho automático incrível (e carésimo!)…
E como eu sei que muita gente ainda vai às compras (sim, brasileiro adora lotar os shoppings às vésperas do Natal, não é mesmo?) sugiro que você pense um pouco melhor sobre as suas escolhas e a forma como elas estão impactando a vida dos seus filhos. Será que os valores transmitidos à eles, com tantos presentes às mãos, está mesmo indo de encontro ao que você deseja passar?
Aproveito para expor aqui algumas alternativas que recebi como sugestão do programa Criança e Consumo, da ONG Alana, que desde 2006 divulga e debate ideias sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida às crianças.
Consuma de forma consciente
As crianças aprendem pelo exemplo, por isso se você consume por impulso pouco vai adiantar educar a criança para o consumo consciente. Ser coerente nas suas atitudes contribui para que as crianças do seu convívio estabeleçam relações mais atentas e responsáveis com o ato de consumir.
Faça combinados
Combinar com as crianças como será o passeio e qual o objetivo antes de sair de casa pode ajudar muito a reduzir os pedidos por impulso. Se a ida ao shopping é apenas para comprar um presente para alguém, é importante que isso seja dito para a criança com antecedência. Nas compras do supermercado, por exemplo, é possível combinar quantos e quais itens a criança poderá escolher da lista.
Lazer não precisa estar ligado a consumo
Nas semanas que antecedem as festas, as crianças normalmente já estão em período de férias. E é muito comum que os familiares passeiem em shoppings e grandes centros comerciais como uma maneira de entretê-las. No entanto, nestes lugares a vontade de comprar e gastar aumenta ainda mais. Uma dica para não cair nas armadilhas do consumismo é alternar as idas aos shoppings e lojas com os parques e locais que valorizem a natureza e as brincadeiras, muito mais do que os brinquedos.
Mais presença e menos presentes
Procure conversar com seu filho para que ele não associe, desde pequeno, datas comemorativas com momentos de consumo. Conte histórias de Natal e, se possível, reúna a família para conversar. As reuniões e festividades podem ser marcadas pelo afeto e pelas conexões familiares e não apenas pelo consumo.
Envolva as crianças nos processos criativos
Sugira para os familiares e amigos outros tipos de trocas durante o Natal. Já pensou em organizar um amigo secreto onde cada um faz o próprio presente? Envolva as crianças nessa elaboração. Decorar a casa reutilizando materiais ou criando novos adereços com colagens e desenhos pode ser uma boa maneira de envolvê-las. Outro momento bacana que as crianças podem participar com os adultos é na preparação das refeições.
Doe o que não se usa mais
Você pode incentivar a criança a doar brinquedos não usados para outras crianças ou instituições que arrecadam brinquedos. Sente com elas e selecione alguns itens, explicando os motivos da doação e aproveite para reforçar a importância da empatia e solidariedade.
Imagens: Reprodução