Não é segredo pra ninguém que o estresse é o mal da modernidade, responsável por diversos problemas de saúde, aí inclusos os casos de infertilidade. Na verdade, ele faz parte das nossas vidas assim como comer e dormir, mas quando não conseguimos voltar ao nosso estado de equilíbrio e restaurar nossas funções o problema se torna crônico. E para um casal que se vê frente aos desafios da infertilidade, há um forte desequilíbrio nesse sentido, afinal, não dá para separar as emoções dos seus reflexos em nosso organismo como um todo. Funcionamos como uma máquina com engrenagens perfeitas e complexas, que dependem do bom equilíbrio para viver em harmonia.
Vários estudos já comprovam que o estresse diminui as chances de engravidar. Pesquisadores da Ohio State University, nos Estados Unidos, apresentaram as primeiras respostas para a questão. Em um estudo divulgado pela revista científica “Human Reproduction”, eles apontam que as mulheres com altos níveis da enzima alfa-amilase – indicador biológico do estresse encontrado na saliva – possuem 29% menos chances de engravidar a cada mês em comparação àquelas com baixas concentrações da substância. Elas também estão duas vezes mais propensas a serem enquadradas na definição de infertilidade (quando não conseguem engravidar após um ano de tentativas) do que as menos estressadas. Estudos revelam, inclusive, que os níveis de ansiedade e angústia pelos quais as mulheres passam durante o tratamento são comparáveis aos de quem enfrenta doenças graves como o câncer.
As médicas Sandra Cabot e Margaret Jasinska, autoras do livro Eu Quero ter um Filho: “O estresse suprime a produção dos hormônios que controlam os ovários e estimulam o desenvolvimento dos óvulos. Também aumenta a produção do hormônio prolactina, e isso pode fazer a ovulação cessar, causar TPM e levar à perda temporária da menstruação.” Além disso, quando estamos sob o efeito do estresse nosso organismo produz um hormônio chamado cortisol e diminui a produção da progesterona. “O organismo percebe o estresse como uma ameaça à sobrevivência e, por precaução, “desliga” o sistema reprodutor, temendo que não seja seguro procriar nesse momento. Nos homens, estresse social e psicológico pode provocar baixos níveis de testosterona e diminuição na produção de espermatozoides”, completam as autoras.
Pense bem: a natureza é sábia! Se diante de um quadro de estresse o organismo entende que está sob algum tipo de ameaça, porque nosso corpo deveria concordar em engravidar se existe uma grande chance de estarmos correndo algum perigo de vida?
A Medicina Tradicional Chinesa acredita que um organismo em desequilíbrio ou carente de energia vital tem mais dificuldade para gerar uma vida. E quanto mais estressado o casal tiver, menos relações sexuais terão. E mesmo que tenham com frequência, se a pressão para engravidar estiver acima de tudo certamente haverá redução da libido, brigas, problemas de ereção…
Começa aí um ciclo devastador. Daí a importância de cuidar muito bem das emoções, sem esquecermos que somos uma unidade e precisamos de cuidados físicos, mentais, emocionais, energéticos e espirituais.
Reverta o jogo a seu favor
É preciso dar condições ao organismo para que se recupere e volte ao seu estado de equilíbrio, regularizando as alterações hormonais que dificultam a gravidez. Existem várias medidas que devem ser levadas em consideração. Não existe uma formula magica, nem uma solução instantânea, pois para cada pessoa existem estratégias diferentes. Regra geral, para diminuir o estresse é necessário investir em melhorar sua saúde e qualidade de vida. E isso inclui:
– Cuidar da alimentação, ingerindo alimentos de verdade e eliminando refrigerantes, doces, processados, fast-foods.
– Apostar em exercícios físicos que te dê prazer, treinando com moderação (tanto a falta quanto o excesso de atividades pode ser prejudicial).
– Descansar mais e buscar um sono de qualidade e restaurador.
– Aprender técnicas de respiração, relaxamento e meditação.
– Investir num hobby que te deixe mais feliz. Vale passear, namorar, dançar…
– Tirar o foco da gravidez e do seu período fértil, deixando as coisas acontecerem da forma mais natural possível.
– Fazer acupuntura.
– Cuidar melhor do seu relacionamento amoroso e interpessoal.
– Aprender a administrar o estresse com mais tranquilidade, reagindo de forma diferente aos eventos desagradáveis da sua vida, modificando a sua resposta à eles.
Lembre-se: Se você não pode mudar as situações que geram estresse tente controlar suas emoções e comportamentos através do pensamento. Não sabe como fazer isso? Tente este exercício:
1- Perceba a emoção que está tomando conta de você (ansiedade, raiva, medo)
2- Busque o pensamento que desencadeou esta emoção. Por exemplo: “Será que vou identificar o melhor dia para ter relação”?
3- Questione e neutralize seu pensamento: “Que evidencias eu tenho que só depende disso para eu engravidar? Transar no melhor dia vai garantir a gravidez? Devo me preocupar tanto e gastar tanta energia numa situação que pode não dar certo?
No lugar desse tipo de pensamento, tente ver o lado positivo: “Que bom que o próximo ciclo está chegando! Vou aproveitar para passear com ele, me divertir um pouco e deixar as coisas acontecerem sem pressão, com certeza vai ser mais gostoso e mais leve.
Faça o possível para tirar o foco da gravidez e olhe para os outros aspectos da sua vida que precisam ser cuidados. Identifique o que você pode fazer para melhorar, um pouco de cada vez, em cada área da sua vida. Pense que a dificuldade que você está encontrando para engravidar pode ser uma excelente motivação para você se cuidar e melhorar vários aspectos da sua vida.
E se precisar de ajuda ou conselhos, terei o maior prazer em ajuda-la, afinal, eu vivi na pele tudo isto. Quer conhecer minha história? É só clicar aqui!
Beijo grande e até o próximo post!
Flávia Nusdeu é psicóloga clínica, acupunturista e coach. Idealizadora do Maternacoach, ajuda mulheres desde o planejamento até a gestação a desempenhar seu melhor papel de mãe com alegria e equilíbrio nesta jornada de tantas transformações.
Texto publicado originalmente em junho de 2017
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