Com a vida moderna e corrida está cada vez mais comum programar a maternidade para mais tarde. Seja porque a mulher colocou a carreira e os estudos em primeiro plano, não encontrou um parceiro com quem quisesse construir uma família ou até mesmo porque acabou um relacionamento, o fato é que muitas já não pensam mais na necessidade de ter alguém ao lado para formar uma família. E é justamente aí que entram as produções independentes, um assunto que ainda é tabu para muita gente.
É por isso que casos como o da atriz Karina Bacchi, que anunciou a gravidez após ter recorrido a um banco de sêmen internacional, ganham tanta relevância e abrem a discussão para o assunto. Ela, que também passou a fazer parte do time de mulheres que engravidam aos 40 anos, está recém separada de um casamento que durou 6 anos, e deu a notícia pelas redes sociais:
“Tanta coisa aconteceu do ano passado pra cá: cirurgia de retirada das trompas, meses de reflexão, separação, orações, tratamento para fertilização, decisões importantes a serem tomadas com responsabilidade e pés no chão, e enfim a tão esperada notícia: SIM GRAVIDÍSSIMA , há 13 semanas realizando o sonho de poder gerar uma vida”.
Karina, que é também blogueira fitness, está no terceiro mês de gestação e passou por um processo de fertilização in vitro, que contou com um doador internacional. Mas a decisão parece não ter acontecido assim de uma hora para outra. Ela foi precavida e já havia congelado os óvulos há mais de 5 anos. Certamente esse foi um ponto decisivo, já que ela fez a retirada das trompas recentemente e, mesmo que não tivesse retirado, engravidar poderia levar um bom tempo, afinal, aos 40 anos tanto a qualidade dos óvulos quanto a sua quantidade fica bem comprometida.
Como é feito o procedimento de produção independente
Há casos e casos. Em alguns a mulher não está apta para engravidar, em outros é o parceiro que não está. Outros, como o da Karina, acontecem devido a independência e cabeça aberta a um novo modelo de procriação, que não julga necessário ter um parceiro para isso. O fato é que aliado a essa mentalidade mais flexível, os avanços das técnicas de reprodução assistida tornam o sonho de se tornar mãe uma verdade bem possível.
Fertilização in vitro usando a doação de espermatozoide
Para quem se interessa em seguir com o plano de produção independente, há no Brasil alguns bancos, tanto de óvulos quanto de sêmen. E também é possível recorrer a bancos internacionais, em que há mais detalhes sobre o doador. Essa foi a escolha de Karina. Seja qual for o caso, tanto a receptora (tentante da gravidez) quanto o doador não tem a identidade revelada. E também não é legal (juridicamente e eticamente falando) fazer troca financeira ou de qualquer tipo. O ato de doar é sempre voluntário e sigiloso.
A fertilização in vitro
O procedimento da fertilização é o que faz com que haja a fecundação. Ele é feito após o descongelamento dos óvulos (caso já tenha retirado e congelado), o recebimento do esperma doado ou até mesmo a doação dos dois (óvulo e esperma). As taxas de gravidez nesses casos geralmente são altas, já que o óvulo congelado permanece com as características da época em que foi retirado, que é feito na idade reprodutiva.
Questões éticas e psicológicas
É praticamente impossível falar em produção independente sem tocar na questão psicológica e ética: como essa mãe será vista? Ela tem suporte emocional para lidar com questionamentos e até mesmo com a autocrítica, que pode acontecer? E quando a criança for maior e perguntar sobre o pai, o que responder?
Questões como estas precisam estar bem esclarecidas na cabeça da mulher que opta pela decisão. Ao que parece, Karina Bacchi pensou bastante sobre o assunto. Se esse também é seu desejo, esteja com os pés no chão e, se preciso, procure ajuda psicológica para tratar de possíveis dúvidas ou desencontros internos.
No mais, só temos a desejar muito boa sorte. Seja feita a escolha que for, com parceiro ou sem! Afinal, não é isso que vai assegurar que a criança será amada e acolhida, não é mesmo?!