Se você está prestes a ter bebê e tem um pet em casa, certamente já pensou em como será a interação entre eles. As possíveis doenças e a reação do bicho com o bebê são as maiores preocupações. Por isso, aqui vão algumas dicas para tornar a adaptação mais fácil, afinal, não é porque chegou um novo integrante na família que você precisa abrir mão de seu animalzinho.
Antes do nascimento do bebê
– Se possível, é importante começar o processo de interação desde a gestação. Para isso, permita que seu pet chegue perto da sua barriga e que tenha contato com ela.
– Busque socializá-lo com outras crianças pequenas, como filho de amigos, vizinhos, sobrinhos, etc, e caso precise restringir algum espaço da casa para o animalzinho não espere o nascimento para colocar isso em prática.
– O uso da boneca também pode ajudar, como se o bebê já estivesse em casa, para ver a reação do pet, e fazê-lo perceber que terá outro integrante na família.
– Deixe-o conhecer o quarto do bebê, os móveis e objetos, mostrando que é possível ele participar deste momento, e nunca use objetos para assustá-lo ou fazer brincadeiras bruscas nestes locais e momentos.
– Faça uma consulta ao veterinário e cheque se as vacinas e exames estão todos em dia, minimizando a possibilidade de transmissão de doenças.
– O pet está acostumado com sua rotina de passeios e interação, e quando o bebê nascer, inevitavelmente o animal irá perder um pouco da atenção, por isso deve-se ficar atento a seus comportamentos, tentar ao máximo manter sua rotina e buscar sempre dedicar algum tempo especial de qualidade, com afeto e atenção a seu pet.
Do nascimento aos primeiros dias em casa
– Quando estiver na maternidade, é valido levar uma roupinha/paninho do bebê para o pet sentir o cheiro e começar a acostumar-se. Este pano deve ser colocado em locais prazerosos para o pet, como a caminha dele, por exemplo.
– Por segurança, no começo, não deixe o focinho encostar no bebê, mas permita uma aproximação, estimulando aos poucos o contato entre eles e mostre sua felicidade por essas conquistas, recompensando-o com carinho e petiscos as boas reações e repreendendo os maus comportamentos.
– Você também pode permitir que o pet fique perto de você enquanto amamenta, dá banho, troca fralda, nina e outros, mas lembre-se de sempre supervisionar a aproximação, mesmo se o animal for dócil.
– Deixe-o lamber seu filho, pois a proximidade dos animais e suas lambidas auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico pelo contato com novas bactérias, porém é bom evitar lambidas na região do rosto, enquanto seu filho ainda for muito pequeno.
– Caso tenha gatos, a caixa de areia deve ser trocada e limpa com maior frequência. Se seu gato sai para rua, durante a gravidez, a gestante deve evitar limpar a caixinha, pedindo para alguém fazer isso, mas se não for possível, use luvas e lave muito bem as mãos para evitar toxoplasmose. Além disso, as unhas devem estar curtas para não arranhar o bebê.
– Lembre-se que todos têm seu próprio tempo de adaptação, por isso, respeite o tempo do seu pet, deixando que ela ocorra de forma gradual. É comum eles sentirem ciúmes, ou que fiquem tristes por estarem recebendo menos atenção. Por isso, principalmente no começo, não se deve deixar o bebê com o pet sozinho.
– Ter um pet por perto do bebê estimula o desenvolvimento motor do engatinhar e da coordenação motora fina e grossa, ao imitar o pet a caminhar, querer tocar, acariciar, dar alimento, escovar… Além disso, estimula o desenvolvimento afetivo e social, estimula a empatia e noções de cuidado. Por fim, diminui os níveis de estresse e auxilia no fortalecimento do sistema imunológico devido ao contato com novas bactérias.
Com o tempo, a paciência da família e a dedicação, o amor acontece entre eles, podendo tornar-se melhores amigos e protetores um do outro.
Luciana Romano e Raquel Benazzi são psicólogas formadas pela Universidade Mackenzie, e integram o Núcleo Corujas. Elas têm experiência no trabalho com gestantes, psicoterapia de luto e trabalho de defesa da mulher.