É impossível contar a minha história sem falar do esporte, pois um está ligado ao outro desde que eu tinha 15 anos, quando iniciei no Biathlon (natação e corrida). Dois anos mais tarde ganhei uma bicicleta da minha mãe e foi tudo o que precisei para ingressar no Triathlon. Nessa época até cheguei a me profissionalizar e fiz parte da seleção santista de ciclismo, mas por conta de um acidente de bike me afastei temporariamente das competições. E como estava em tempos de faculdade e início no mercado de trabalho, tive que me decidir pela carreira e estudos, deixando de lado essa minha paixão. Pouco tempo depois conheci o meu marido, nos casamos e tivemos uma filha, a Marcela, que hoje tem 8 anos, e um filho, o Rogério, que está com 6 anos. Construí minha carreira, minha família, mas o esporte estava sempre presente na minha memória e a vontade de retornar a ele falava alto dentro de mim. Foi quando conversei com meu marido e ele me deu total apoio para retornar às atividades!
Essa conversa foi superimportante, pois ao decidir pelo atletismo eu sabia o quanto de tempo teria que dedicar a ele. A partir de então, minha rotina inclui muitos treinos. É uma verdadeira loucura! Eu falo para as pessoas que ninguém no mundo consegue me acompanhar, muito menos tentar entender. Só eu mesma para tentar juntar esse quebra-cabeças que é a minha vida! Eu costumo nadar 5 vezes na semana, pedalar e correr de 3 a 4 vezes. Isso sem contar que reservo dois dias na semana para o Pilates, outro para a fisioterapia preventiva e ainda tenho que encaixar médico, massagem, nutricionista, ufa!! Ah, e também trabalho fora: de segunda a sexta no transporte escolar e em casa. Não tenho folga. É preciso levar os filhos na escola, estudar com eles, levar para as atividades. Não é fácil, não!! Mas, claro, em tempos de competições, como o Ironman de Fortaleza no fim do ano passado e o de Florianópolis que fiz agora em maio, conto com ajuda da minha mãe e do marido.
O apoio da família, aliás, é incrível! Sempre digo que tenho uma família abençoada! Meu marido é meu fã número 1, me apoia demais. Sempre que possível ele me acompanha nos treinos de fim de semana, e meus filhos, ah, eles são meus maiores torcedores! Adoram torcer, gritar, se exibir… Nem me deixam pegar o troféu, é deles primeiro. Graças a todo esse carinho e à dedicação aos treinos consegui finalizar o último Ironman como campeã da categoria de 35-39 anos e fui a terceira colocada no Geral amador feminino. E sabem o quanto isso significa pra mim? É, sem dúvida, a realização de um sonho muito antigo. E que hoje é realidade e eu espero que seja assim até o fim da minha vida. Faço de tudo para que meus filhos sejam motivados pelo esporte também, pois foi essa a forma que encontrei de dar bons exemplos e acredito que ele ajuda, inclusive, a criar o caráter de uma pessoa. Meu desejo é ser uma dessas velhinhas que pedalam, correm e nadam. Por isso, sempre digo: nunca é tarde demais para correr atrás dos seus sonhos. Valorize sempre essa grande mulher que há dentro de você. E em meio à rotina maluca que é conciliar o trabalho, a casa, os filhos, o casamento, nunca esqueça de cuidar de você. Da sua mente, corpo e alma. Afinal, cuidando de si própria vocês também estarão cuidando da sua família e de quem ama. Faça o que te dá prazer e, assim como eu, seja muito feliz!
Abaixo o troféu e alguns momentos com meus filhos: