O universo da reprodução assistida teve hoje um grande motivo para comemorar: um bebê nasceu após ficar 27 anos congelado como embrião! Ele havia sido gerado em 1992 e estava sendo preservado pelo Centro Nacional de Doação de Embriões (NEDC), instituição de Tennessee, no Texas (EUA). Até que no último dia 10 de fevereiro, sua receptora, a americana Tina Gibson passou a gestar o embrião, trazendo ao mundo no último dia 26 de outubro sua filha caçula: Molly Everette Gibson.
Segundo matéria do ABC News, o tempo que o embrião passou na preservação congelado estabeleceu o novo recorde, reconhecido pela equipe de pesquisa da Biblioteca Médica Preston, da Universidade do Tennessee.
Um detalhe importante: A pequena Molly Gibson quebrou o recorde da prórpia irmã! Isso mesmo: Emma Gibson, a irmã mais velha de Molly, havia ficado 24 anos congelada como embrião até ser transferida para o útero de Tina Gibson, em 2017. Na ocasião, Tina tinha apenas 25 anos, praticamente a mesma idade do embrião que estava sendo transferido. Em uma entrevista à emissora WBIR, até ela se mostrava extasiada com o fato: “Você percebe que eu tenho 25 anos? Se a bebê tivesse nascido quando ela deveria ter nascido, ela teria idade para ser minha melhor amiga”, falou à repórter que a entrevistava.
Entenda o caso
O casal Tina e Ben Gibson não podiam ter os próprios bebês. Foi quando decidiram adotar um embrião gerado por outro casal, em 1992. Em 2017 Tina recebeu a primeira implantação do embrião, feita pelo Centro Nacional de Doação de Embriões (NEDC), uma instituição católica de Tennessee, no Texas (EUA), que tem como protocolo “adotar” os embriões extras de casais que passam por FIVs e não utilizam esses embriões após alguns anos congelados. Os embriões são então doados a casais com problemas de fertilidade, como foi o caso de Tina e Gibson.
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Como funciona a doação de embrião?
É comum que ao serem encaminhados para a Fertilização In vitro, o procedimento resulte em mais de um embrião. Sendo assim, um ou dois embriões são transferidos para o útero da mãe e o restante fica congelado para que possam ser usados novamente no futuro. Passados três anos do congelamento e sem que haja intenção do casal em recorrer novamente à FIV para transferir os embriões, eles são então doados para pesquisa, podem ser descartados ou ficam disponíveis nos bancos para serem doados a outros casais com problemas de fertilidade, como aconteceu com Tina e Ben Gibson. Vale dizer que o prazo para o descarte de embriões foi alterado nos últimos anos, passando de cinco para três anos de congelamento.