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Fertilidade

Melania Amorim: “É preciso ouvir as mulheres e saber seus planos. Não se vai ali e engravida só porque disseram que você já passou dos 35 anos”

Mãe aos 40
22 de setembro de 2020
5 min. de leitura
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels
O cenário é o seguinte: você vai ao médico para fazer os exames de rotina e, durante a consulta, expressa o desejo de ser mãe. No vai e vem da consulta, o médico te fala sobre as dificuldades e os riscos de engravidar acima dos 35 anos e, de uma hora para outra, você, tão cheia de vida e planos, descobre que passou a fazer parte do time de mulheres que se tornarão “gestantes idosas” ou que vão vivenciar a “maternidade tardia”.
É claro que um bom profissional precisa orientar sobre os dados, mostrar que pode realmente ser mais difícil engravidar naturalmente aos 40 anos e, talvez, até te encaminhar para um especialista em reprodução assistida, se essa for a necessidade. A grande questão é que simplesmente não dá para tratar todas apenas pela perspectiva da idade. Porque nesse mesmo grupo de mulheres próximas aos 40 anos terá aquela que é super saudável e vai ter uma gestação muito sadia. Aquela que já tem predisposição a alguma doença e poderá desenvolver diabetes gestacional ou hipertensão, por exemplo. Terá também a que vai ter dificuldade para engravidar e a que vai conseguir naturalmente já nos primeiros meses de tentativas.
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Mas, se já num primeiro contato, você se coloca nesse rótulo de “maternidade tardia” e pega para você todos os riscos, seus fantasmas se tornam imensos. E foi sobre essa questão, envolvendo o termo “idade materna avançada” que a ginecologista e obstetra Melania Amorim, professora doutora de Ginecologia e Obstetricia da Universidade Federal de Campina Grande (Paraíba), e da pós-graduação do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Fiqueiga (IMIP), com pós-doutorado em Saúde Reprodutiva pela OMS e membra da Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras, falou num post em seu Instagram, que faço questão de compartilhar abaixo, na Íntegra, porque entendo a necessidade de espalhar essa reflexão. Vale dizer que além de todos esses títulos, Melania Amorim é mãe de André, que nasceu quando ela tinha 25 anos, e de Joaquim, que nasceu quando ela tinha 43.
+ Carta às mulheres que fazem tratamento para engravidar
Foto de Maksim Goncharenok no Pexels
Abaixo o texto na íntegra:
“Eu simplesmente detesto o termo “idade materna avançada” (estou corrigindo uma dissertação), embora obviamente no passado fosse pior (“gestante idosa”), se alguém quiser perguntar algo sobre gestação depois dos 35 ou dos 40 anos e vier falar em “idade avançada” eu não vou responder.

Há que se lembrar que no Brasil coexistem no presente duas pontas dessa equação “mulheres gestando com 35/40 anos ou mais”: as que já têm uma penca de filhos e não foram alcançadas pelo sistema de saúde nem receberam planejamento reprodutivo/oferta de métodos contraceptivos e aquelas que a) só conseguiram engravidar depois dos 35/40 anos (porque tinham infertilidade, porque não tinham conseguido encontrar um pai ou mãe legal para a tarefa) e b) aquelas que deliberadamente empurraram a decisão de engravidar para depois dessa idade.
E se nós temos muito o que fazer para a primeira ponta, porque a grande maioria dessas mulheres não quer mais engravidar e daí o sistema deve ofertar contracepção adequada, temos que analisar os casos individualmente e não sair ditando normas às mulheres dizendo que devem todas idealmente ter a primeira gravidez antes dos 35 anos, como se isso fosse assim facílimo e dependesse exclusivamente de sua orientação.

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O Brasil tem um preconceito enorme com as mulheres que engravidam, especialmente depois dos 40 anos. Em vários países não é assim. Se as mulheres nos procuram para aconselhamento, o que se deve informar é que:
1) A chance de gravidez espontânea diminui com a idade; aos 18 anos a chance de engravidar tendo relações no período fértil é em torno de 35% no mês, cai para 15% com 35 anos e 5% aos 40 anos, mas obviamente vai aumentando cumulativamente com as tentativas (por exemplo, ao final de um ano, cerca de 50% das mulheres com 40 anos irão engravidar); a chance de gravidez com os próprios óvulos é praticamente inexistente a partir dos 45 anos.

2) O risco de morbidades como hipertensão e diabetes, dentre outras, vai aumentando com a idade, mas mulheres saudáveis que engravidam se beneficiam com os efeitos da gravidez.

Também há benefícios em gestar após os 40 anos, quando se considera a segunda ponta.

Estudos demonstram que mulheres que adiaram a gestação têm maior escolaridade, têm carreiras profissionais mais consolidadas e são mais propensas a amamentar.


3) O risco de cromossomopatias aumenta com a idade, mas esse é um aumento do risco relativo, e o risco absoluto continua baixo. Além disso, como a maioria das mulheres que engravidam são mulheres entre 20-35 anos, o maior número de fetos com anomalias cromossômicas estará concentrado nesse grupo. Por outro lado, em decorrência das anomalias cromossômicas, aumenta o risco de perda gestacional espontânea. Tudo isso deve ser informado à mulher em qualquer idade, até porque muitas estão se submetendo ao rastreamento sem saber direito o seu significado.
Ouvir a mulher, saber de seus planos, ofertar métodos contraceptivos se for o caso, saber se ela pretende engravidar agora ou no futuro, se tem indicação de avaliar função ovariana, de encaminhar para um especialista em reprodução humana, fazer consulta pré-concepcionsl com orientação nutricional, recomendação de estilo de vida saudável (exercícios, abolir tabagismo) e prescrever ácido fólico para quem pretende engravidar e está pronta para isso é o melhor que se pode fazer, em vez de ditar regras universais e inapropriadas. O corpo é delas. Não se vai ali na esquina e se engravida só porque alguém sugeriu que você devia engravidar antes de completar 35 ou 40 anos.

Eu felizmente não fui perguntar a nenhum senhor dos óvulos e dos úteros alheios o que fazer. André nasceu quando eu tinha 25 e Joaquim aos 43.”

Foto de medium photoclub no Pexels
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Aline Dini – Editora de conteúdo

Mãe aos 40

Sou jornalista e escrevo sobre o universo feminino desde 2010, com matérias publicadas nos maiores veículos de comunicação do país. O desejo de escrever para mães maduras nasceu em 2013, depois que amigas deram à luz nessa fase da vida. Passei então a consultar médicos e a pesquisar sobre a chamada “maternidade tardia”. Escrever sobre a maternidade, no entanto, ganhou um novo sentido após o nascimento da minha filha, Heloísa, em 2016. Desde então, busco conhecimento sobre as maiores dores e delícias de ser mãe, seja organizando encontros de mães ou ouvindo suas histórias pelas redes sociais. Entre 2018 e 2019 integrei o time de repórteres da Crescer (Editora Globo), o que me abriu os olhos para tantas questões importantes relacionadas a parentalidade. Aqui no Mãe aos 40 quero trazer informação de qualidade e um olhar acolhedor para tantas mulheres que sonham em ter seus filhos nos braços, independentemente da idade. Conte comigo.

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"Por mais que eu acredite O tempo me faz questiona "Por mais que eu acredite
O tempo me faz questionar:
Meu relógio está no limite?
Quais os riscos se ele avançar?

Por que meu filho não vem?
Até quando posso esperar?
A culpa é de quem?
É preciso desencanar?

Se existe ajuda, por que negar?
Falta-me coragem ou confiança?
Por qual caminho devo trilhar
Para ter em meus braços minha criança?

Talvez, faltem apenas respostas Que sejam coerentes
E não apenas apostas
Que me guiem e me façam seguir em frente

Quero ouvir de alguém seu verdadeiro valor
Os sentidos da vida e uma palavra de amor"

Como faz sentido essa poesia, não é mesmo? 

Ela faz parte do livro "Sentidos da vida", escrito pelo @dr.davibuttros, meu convidado da live de hoje, na série "Quinta da Fertilidade". Às 18:18. Esperamos por você.

#sentidosdavida #maedepoisdos40
#maeaos40
#maternidadenamaturidade #reproducaoassistida #reproducaohumana #baixareserva #querosermae #queroengravidar #fertilidade #infertilidade #tentante #tentantes2020 #desejante
É uma história mais surpeendente que a outra... É uma história mais surpeendente que a outra...

Quando Adriana me contou sua história, ela marcou a minha vida. Enquanto ouvia os seus áudios por WhatsApp, lágrimas escorriam dos meus olhos imaginando tamanha dor que essa mulher enfrentou ao longo de tantos anos...

Quatro meses se passaram e essa história não saía da minha cabeça. E hoje foi o dia certo para contá-la pra vocês!

Imaginem só o que é esperar 27 anos pela realização de um sonho. Adriana moldou sua vida em cima desse desejo. Legítimo! 

Após anos de tentativas e uma infertilidade que foi revirada do avesso, mas ainda parecia não ter uma causa aparente, todos os caminhos apontavam para a mesma solução: era necessário um tratamento de reprodução assistida. 

Mas como a maioria da população, o casal não tinha recursos para bancar o tratamento. Foi aí que Adriana resolveu se matricular numa faculdade para tentar um salário maior. E conseguiu! Se formou, passou em concursos...

Só que ela se culpava demais. "Eu sentia que precisava deixar meu marido livre para encontrar outra mulher e poder realizar o sonho de ser pai", contou. 

E após tanto desgaste e culpa, o divórcio foi inevitável. Mesmo havendo ainda muito amor.... O tempo passou e eles se reencontraram e puderam viver o amor pela segunda vez! E se casaram de papel passado novamente!

Venha ver os detalhes dessa história LINDA agora no site! Acesse: www.maeaos40.com.br ou através do link da BIO. 

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Não há nada pior do que não enxergar com clarez Não há nada pior do que não enxergar com clareza qual caminho seguir quando há o desejo de ser mãe. 

Talvez você esteja presa na crença que já passou da idade para ser mãe. Talvez você tenha se firmado nas informações que leu na internet. 

Talvez você só consiga enxergar riscos e se apoiar nos medos...

Para enxergar com clareza esse caminho, quais as curvas, os altos e baixos, foi que criei esse perfil! 

E na live dessa quinta-feira (10/12), às 18h18, iremos falar sobre as dificuldades que uma mulher pode encontrar ao tentar engravidar após os 35 anos. Mas vamos ver também quais as alternativas para cada uma dessas dificuldades! 

Não perca! Eu e o @dr.davibuttros esperamos por você!

#maeaos40 #maternidadenamaturidade #reservaovariana #baixareserva #reproducaoaasistida #reproducaohumana
Querido medo, eu preciso me abrir com você. Obri Querido medo, eu preciso me abrir com você.

Obrigado por me mostrar os perigos da vida e por sempre ficar me lembrando das coisas ruins que podem acontecer no futuro.

Eu sei que você se preocupa comigo, e que seu papel é preservar minha segurança, mas eu acho que te dei ouvidos demais, e agora você acha que é o dono da minha razão.

Medo, você tem um papel importante na minha vida, mas não é dono dela.

Você me ajuda a prever possíveis riscos, e isso é bom! Por isso não quero ser seu inimigo, quero te ter como aliado, para que possamos construir uma vida linda juntos.

Tem sido cansativo demais para mim ficar cotidianamente lutando contra você, e hoje eu percebo que você não quer o meu mal.

Eu preciso dar os próximos passos na minha vida, eu preciso seguir em frente, e te quero apenas como conselheiro, não vou mais deixar você tomar as decisões sozinho.

Medo, você faz parte de mim, e sempre fará, por isso vou conviver em paz com você.

Me desculpe pelas vezes que me agredi tentando te machucar, me desculpe por tentar te fazer calar a boca, porque parece que quanto mais eu luto contra você, mais você me domina.

Quero fazer as pazes com você, medo. Mas quero deixar claro que a partir de agora quem toma as decisões sou eu.

Eu te amo, obrigado por se preocupar tanto comigo, mas eu sou mais forte do que você imagina.

Autor: @salomaopedro 

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